O camundongo Abel e sua esposa Amanda, grandes apreciadores dos confortos da cidade,
aproveitavam um belo passeio na mata, com direito a piquenique e muita diversão, quan-
do de repente o tempo fechou e uma baita tempestade despencou sobre suas pequenas
cabeças. Ao encontrarem uma gruta onde se abrigar, finalmente se sentiram seguros,
mas a força do vento acabou levando embora a echarpe que Amanda trazia no pescoço.
Então Abel, sem calcular os riscos, lançou-se em busca da echarpe e foi surpreendido
por uma enxurrada, que o levou a uma ilha quase deserta. Assustado mas esperançoso,
ele começou a bolar mil estratégias para escapar dali. Porém nenhuma delas funcionou.
O tempo passou e, com as mudanças sofridas pela natureza — a intensidade da luz, o
nível do rio, a temperatura, a vegetação —, Abel percebeu há quanto estava sozinho:
meses e meses. Aos poucos, ele criou novas formas de viver, de compreender seu novo
lar, se alimentar, enfrentar as dificuldades e se expressar. Em meio a muitos sustos e
desafios — o maior deles é manter a esperança de um dia voltar para casa —, ele fez um
amigo sonolento, repensou a importância das coisas e descobriu o que realmente queria
fazer na vida.
Marisa Lajolo, uma das maiores especialistas em literatura infantojuvenil do país, ex-
plica na apresentação do livro que a história de Abel cativa porque “nos mergulha numa
aventura em que a vida está sempre em risco. Pelo frio, pela fome, pela violência de
outras criaturas, pelo rio caudaloso, o delicado e pequeno Abel vive ameaçado. Em uma
ilha toda sua, estrelas, árvores e galhos secos são seus companheiros. E ficam sendo
também nossos, à medida que a história progride”.
O camundongo Abel e sua esposa Amanda, grandes apreciadores dos confortos da cidade,
aproveitavam um belo passeio na mata, com direito a piquenique e muita diversão, quan-
do de repente o tempo fechou e uma baita tempestade despencou sobre suas pequenas
cabeças. Ao encontrarem uma gruta onde se abrigar, finalmente se sentiram seguros,
mas a força do vento acabou levando embora a echarpe que Amanda trazia no pescoço.
Então Abel, sem calcular os riscos, lançou-se em busca da echarpe e foi surpreendido
por uma enxurrada, que o levou a uma ilha quase deserta. Assustado mas esperançoso,
ele começou a bolar mil estratégias para escapar dali. Porém nenhuma delas funcionou.
O tempo passou e, com as mudanças sofridas pela natureza — a intensidade da luz, o
nível do rio, a temperatura, a vegetação —, Abel percebeu há quanto estava sozinho:
meses e meses. Aos poucos, ele criou novas formas de viver, de compreender seu novo
lar, se alimentar, enfrentar as dificuldades e se expressar. Em meio a muitos sustos e
desafios — o maior deles é manter a esperança de um dia voltar para casa —, ele fez um
amigo sonolento, repensou a importância das coisas e descobriu o que realmente queria
fazer na vida.
Marisa Lajolo, uma das maiores especialistas em literatura infantojuvenil do país, ex-
plica na apresentação do livro que a história de Abel cativa porque “nos mergulha numa
aventura em que a vida está sempre em risco. Pelo frio, pela fome, pela violência de
outras criaturas, pelo rio caudaloso, o delicado e pequeno Abel vive ameaçado. Em uma
ilha toda sua, estrelas, árvores e galhos secos são seus companheiros. E ficam sendo
também nossos, à medida que a história progride”.