O novo e urgente romance de um dos maiores escritores contemporâneos brasileiros.
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Cândido é especialista em piratear filmes na internet. Conhece os formatos dos arquivos, os fóruns onde encontrá-los e os grupos amadores que os legendam. Só de bater o olho, já sabe se é uma cópia mal gravada num cinema ou um tesouro em alta resolução. Sua coleção de milhares de filmes é meticulosamente organizada, num sistema infalível de pastas e HDs e nomes. A ocupação de pirateiro, no entanto, é quase acidental, e os filmes servem para alimentar sua mãe, com quem o químico de quase quarenta anos mora desde que se separou. É para a mãe que ele entrega os pen drives com dramas asiáticos, comédias francesas, mistérios, romances. E é com ele que a mãe comenta cada um dos filmes no apartamento que dividem em Curitiba.
A atividade oficial de Cândido é dar aulas de química em um cursinho, onde ele tem uma participação societária. Curitiba ainda vive sob os efeitos das operações policiais e do judiciário que colocaram a cidade no centro da crise política que assola o país, efeitos que Cândido sente no seu dia a dia. É a professora bolsonarista com quem toma café num intervalo entre as aulas, são as constantes discussões que dividem amigos, famílias e colegas de trabalho. É o procurador federal, enfiado até o pescoço nas investigações, e a mulher dele, Antônia, com quem Cândido tem um caso.
Sentado em um banco de parque, sem dar notícias há dias, Cândido vê todas essas pontas se encontrarem e se desenrolarem: o fim amargo do antigo casamento, as pretensões profissionais esmagadas, o novo afeto negado, a vida que se dissolve num caldo de guerra política e social. Em A tensão superficial do tempo, Cristovão Tezza — no auge de sua forma como ficcionista — usa o momento recente do país para investigar os pontos de contato entre público e privado, entre política e intimidade, entre desejo e solidão.
O novo e urgente romance de um dos maiores escritores contemporâneos brasileiros.
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Cândido é especialista em piratear filmes na internet. Conhece os formatos dos arquivos, os fóruns onde encontrá-los e os grupos amadores que os legendam. Só de bater o olho, já sabe se é uma cópia mal gravada num cinema ou um tesouro em alta resolução. Sua coleção de milhares de filmes é meticulosamente organizada, num sistema infalível de pastas e HDs e nomes. A ocupação de pirateiro, no entanto, é quase acidental, e os filmes servem para alimentar sua mãe, com quem o químico de quase quarenta anos mora desde que se separou. É para a mãe que ele entrega os pen drives com dramas asiáticos, comédias francesas, mistérios, romances. E é com ele que a mãe comenta cada um dos filmes no apartamento que dividem em Curitiba.
A atividade oficial de Cândido é dar aulas de química em um cursinho, onde ele tem uma participação societária. Curitiba ainda vive sob os efeitos das operações policiais e do judiciário que colocaram a cidade no centro da crise política que assola o país, efeitos que Cândido sente no seu dia a dia. É a professora bolsonarista com quem toma café num intervalo entre as aulas, são as constantes discussões que dividem amigos, famílias e colegas de trabalho. É o procurador federal, enfiado até o pescoço nas investigações, e a mulher dele, Antônia, com quem Cândido tem um caso.
Sentado em um banco de parque, sem dar notícias há dias, Cândido vê todas essas pontas se encontrarem e se desenrolarem: o fim amargo do antigo casamento, as pretensões profissionais esmagadas, o novo afeto negado, a vida que se dissolve num caldo de guerra política e social. Em A tensão superficial do tempo, Cristovão Tezza — no auge de sua forma como ficcionista — usa o momento recente do país para investigar os pontos de contato entre público e privado, entre política e intimidade, entre desejo e solidão.