Este livro apresenta uma modalidade de prática estética no campo das artes cênicas, desenvolvida com a participação de artistas e outros interessados. Fundada em uma perspectiva existencial da experiência estética, tal modalidade baseia-se em pressupostos elaborados a partir do estudo de aspectos da obra do filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard (1813-1855) e expõe uma dupla problemática; por um lado, o desejo de expressar o anseio de criação enquanto existência poética e, por outro, a ambiguidade contida em um tema kierkegaardiano por excelência: a vontade de tornar-se si-mesmo.
A noção de estética existencial é abordada por meio da problematização suscitada pela prática proposta, mediante um itinerário de leitura de tópicos presentes na produção pseudonímica de Kierkegaard. Nessa problematização, buscamos circunscrever as vias e os limites da idealidade estética pela investigação de duas instâncias existenciais que escapam à linguagem (i.e., pensamento) e, portanto, resistem à representação poética: o erótico imediato e a paixão da fé.
O interesse na investigação dessas instâncias existenciais e na decorrente antinomia implícita no exercício poético da representação do irrepresentável, ou daquilo que resiste à representação, quer perscrutar modos como a delimitação da especificidade do campo estético, no fazer artístico, assume valor positivo, uma vez que mobiliza seus agentes criadores à experimentação de novas sintaxes para a elaboração desse próprio limite.
Assim, a modalidade de prática estética investigada pretende fornecer uma perspectiva experimental de abordagem existencial do processo de criação cênica e os efeitos estéticos de sua recepção, compreendida enquanto ato de assistir e ser assistida(o) pela obra kierkegaardiana.
Vias e limites de uma estética existencial. Um percurso por escritos de Søren Kierkegaard
Este livro apresenta uma modalidade de prática estética no campo das artes cênicas, desenvolvida com a participação de artistas e outros interessados. Fundada em uma perspectiva existencial da experiência estética, tal modalidade baseia-se em pressupostos elaborados a partir do estudo de aspectos da obra do filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard (1813-1855) e expõe uma dupla problemática; por um lado, o desejo de expressar o anseio de criação enquanto existência poética e, por outro, a ambiguidade contida em um tema kierkegaardiano por excelência: a vontade de tornar-se si-mesmo.
A noção de estética existencial é abordada por meio da problematização suscitada pela prática proposta, mediante um itinerário de leitura de tópicos presentes na produção pseudonímica de Kierkegaard. Nessa problematização, buscamos circunscrever as vias e os limites da idealidade estética pela investigação de duas instâncias existenciais que escapam à linguagem (i.e., pensamento) e, portanto, resistem à representação poética: o erótico imediato e a paixão da fé.
O interesse na investigação dessas instâncias existenciais e na decorrente antinomia implícita no exercício poético da representação do irrepresentável, ou daquilo que resiste à representação, quer perscrutar modos como a delimitação da especificidade do campo estético, no fazer artístico, assume valor positivo, uma vez que mobiliza seus agentes criadores à experimentação de novas sintaxes para a elaboração desse próprio limite.
Assim, a modalidade de prática estética investigada pretende fornecer uma perspectiva experimental de abordagem existencial do processo de criação cênica e os efeitos estéticos de sua recepção, compreendida enquanto ato de assistir e ser assistida(o) pela obra kierkegaardiana.