Nas dez narrativas reunidas em Dicas da imensidão, Margaret Atwood, um dos maiores nomes da literatura canadense, ilumina o instante único capaz de moldar uma vida inteira. De realidades tranquilas e insuspeitas emergem subitamente situações das mais inquietantes, que desestabilizam a rotina da gente comum.
Da vulnerabilidade da adolescência, passando pelas paixões da juventude à precária complexidade da meia-idade, a vencedora do Man Booker Prize cria um habilidoso mosaico onde as nuanças da árdua jornada humana são vistas através de uma aura de beleza e mistério. Passado e presente se fundem perfeitamente nessas histórias, vistas em sua maioria através do olhar de mulheres que refletem sobre o momento em que perceberam que "nada aconteceu" como esperavam.
Um corpo descoberto muito depois de sua morte como metáfora de desejos, oportunidades e esperanças. Um cisto ovariano que parece refletir a conduta de sua ex-portadora. Uma mulher que chega à meia-idade decidida a ter um filho, mas que precisa "encontrar uma maneira de fazer isso sem se tornar mãe". A complexa relação entre três irmãs e o estrangeiro que se casou com uma delas (e faz amor com as outras duas). A mulher que caminha para a velhice tentando adivinhar diante do espelho com que tipo de cachorro ela irá se parecer em seus últimos anos.
Por trás dessa fauna humana excepcional em sua extrema banalidade, o leitor pode divisar a fina ironia de Margaret Atwood, que acena nessa reunião de histórias com "um sorriso que tremeluz como gasolina derramada sobre a água, brilha e muda de tons".
Nas dez narrativas reunidas em Dicas da imensidão, Margaret Atwood, um dos maiores nomes da literatura canadense, ilumina o instante único capaz de moldar uma vida inteira. De realidades tranquilas e insuspeitas emergem subitamente situações das mais inquietantes, que desestabilizam a rotina da gente comum.
Da vulnerabilidade da adolescência, passando pelas paixões da juventude à precária complexidade da meia-idade, a vencedora do Man Booker Prize cria um habilidoso mosaico onde as nuanças da árdua jornada humana são vistas através de uma aura de beleza e mistério. Passado e presente se fundem perfeitamente nessas histórias, vistas em sua maioria através do olhar de mulheres que refletem sobre o momento em que perceberam que "nada aconteceu" como esperavam.
Um corpo descoberto muito depois de sua morte como metáfora de desejos, oportunidades e esperanças. Um cisto ovariano que parece refletir a conduta de sua ex-portadora. Uma mulher que chega à meia-idade decidida a ter um filho, mas que precisa "encontrar uma maneira de fazer isso sem se tornar mãe". A complexa relação entre três irmãs e o estrangeiro que se casou com uma delas (e faz amor com as outras duas). A mulher que caminha para a velhice tentando adivinhar diante do espelho com que tipo de cachorro ela irá se parecer em seus últimos anos.
Por trás dessa fauna humana excepcional em sua extrema banalidade, o leitor pode divisar a fina ironia de Margaret Atwood, que acena nessa reunião de histórias com "um sorriso que tremeluz como gasolina derramada sobre a água, brilha e muda de tons".