Nessa viagem por Manaus, nos ônibus de madeira dos anos finais das décadas de 1940 a 1969, o leitor percorre uma cidade ordenada e pacata, com instalações ainda preservadas, reflexo de uma sociedade de classe média e de valores moldados por um ensino público de qualidade, apesar da crise econômica oriunda da queda do comércio exportador da borracha. Logo, o percurso é outro, reconfigurado por rupturas radicais e definitivas. O leitor atento, então, testemunha a destruição da estrutura urbanística, dos espaços públicos de referência e dos recursos naturais, características únicas da paisagem e dos modos de tocar a vida dos manauenses. É a desconstrução da cidade pelo fenômeno da Zona Franca, modelo econômico implantado sem a sustentação de um planejamento estratégico participativo, nacionalizador de decisões e implementador de metodologias que evitam ou reduzem erros, equívocos e impactos negativos na realidade, objeto de intervenção. Disso resulta, uma cidade entregue à própria sorte em um território de oportunistas e aventureiros de todos os matizes.
Uma viagem por Manaus nos ônibus de madeira: anos finais da década de 1940 a 1969
Nessa viagem por Manaus, nos ônibus de madeira dos anos finais das décadas de 1940 a 1969, o leitor percorre uma cidade ordenada e pacata, com instalações ainda preservadas, reflexo de uma sociedade de classe média e de valores moldados por um ensino público de qualidade, apesar da crise econômica oriunda da queda do comércio exportador da borracha. Logo, o percurso é outro, reconfigurado por rupturas radicais e definitivas. O leitor atento, então, testemunha a destruição da estrutura urbanística, dos espaços públicos de referência e dos recursos naturais, características únicas da paisagem e dos modos de tocar a vida dos manauenses. É a desconstrução da cidade pelo fenômeno da Zona Franca, modelo econômico implantado sem a sustentação de um planejamento estratégico participativo, nacionalizador de decisões e implementador de metodologias que evitam ou reduzem erros, equívocos e impactos negativos na realidade, objeto de intervenção. Disso resulta, uma cidade entregue à própria sorte em um território de oportunistas e aventureiros de todos os matizes.