Livro que reúne duas obras distintas que, de certa forma, acabam por se complementar, Habitante do Nada & distâncias é um retrato da originalidade e da inconfundível voz de Susana Thénon, poeta argentina que, de fato, traduz em versos imagens cotidianas somadas à aura daquilo que não se vê, mas que pulsa em tudo ao redor, desde o belo ao intensamente angustiante.
Em Habitante do Nada (1959), os poemas vagueiam entre um desejo de calmaria e a busca por algo que faça sentido, mas que nem sempre é alcançado, o que deixa expostos sentimentos de frustração, de vazio, desesperança e desespero. Há algo de visceral, uma fúria ansiosa que revela a linha tênue entre o amor e o ódio em meio a divagações sobre o tempo, a vida e a própria palavra.
Já em distâncias (1984), a sensação de vazio é mais pronunciada por certo distanciamento, tanto na estrutura dos versos quanto na voz – que também pode ser várias – que cadencia os poemas. Há uma tentativa de equilíbrio entre a sanidade e o delírio, a fuga da morte e o silêncio, através de jogos de palavras e da potência de uma natureza incontrolável que ilumina e desbota um ser a seu bel-prazer, como um artista a pincelar uma tela a depender de seu humor.
Com elementos que remetem à vida, ao tempo, às palavras, à solidão e às forças selvagens que tanto podem levar alguém ao desespero quanto ao repouso, a obra divide e aproxima sentimentos tão destoantes quanto semelhantes. Por isso, faz todo sentido que Habitante do Nada & distâncias fossem um só.
Livro que reúne duas obras distintas que, de certa forma, acabam por se complementar, Habitante do Nada & distâncias é um retrato da originalidade e da inconfundível voz de Susana Thénon, poeta argentina que, de fato, traduz em versos imagens cotidianas somadas à aura daquilo que não se vê, mas que pulsa em tudo ao redor, desde o belo ao intensamente angustiante.
Em Habitante do Nada (1959), os poemas vagueiam entre um desejo de calmaria e a busca por algo que faça sentido, mas que nem sempre é alcançado, o que deixa expostos sentimentos de frustração, de vazio, desesperança e desespero. Há algo de visceral, uma fúria ansiosa que revela a linha tênue entre o amor e o ódio em meio a divagações sobre o tempo, a vida e a própria palavra.
Já em distâncias (1984), a sensação de vazio é mais pronunciada por certo distanciamento, tanto na estrutura dos versos quanto na voz – que também pode ser várias – que cadencia os poemas. Há uma tentativa de equilíbrio entre a sanidade e o delírio, a fuga da morte e o silêncio, através de jogos de palavras e da potência de uma natureza incontrolável que ilumina e desbota um ser a seu bel-prazer, como um artista a pincelar uma tela a depender de seu humor.
Com elementos que remetem à vida, ao tempo, às palavras, à solidão e às forças selvagens que tanto podem levar alguém ao desespero quanto ao repouso, a obra divide e aproxima sentimentos tão destoantes quanto semelhantes. Por isso, faz todo sentido que Habitante do Nada & distâncias fossem um só.