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Mineração, justiça e desenvolvimento: das (im)possibilidades de coexistência

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Mineração, Genealogia do Desastre

R$ 70,00
Esta obra não é um livro de história. É um ensaio histórico-sociológico que pretende colocar na mesa dos debates uma tese sobre o lugar e o papel da mineração moderno-colonial na posterior configuração do projeto civilizatório hegemônico, que dá form a à vida social contemporânea. Nossa tese afirma, de maneira simples, que a mineração moderno-colonial foi o detonante fundamental do Capitaloceno. Aqui se procura demonstrar como esse tipo histórico de exploração das "riquezas" minerais da Terra, na scido do empreendimento da invasão e da conquista colonial do "Novo Mundo", desencadeou e motorizou toda uma série de grandes deslocamentos geológicos e antropológicos que desembocaram na grande crise ecológico-civilizatória que hoje paira sobre noss a Mãe Terra e, especificamente, sobre nossa comunidade biológica, os humanos. A invasão, conquista e colonização — primeiro, da América e, logo, do mundo inteiro — tiveram na sede pelo ouro a força motriz e o sentido-mor de sua existência, e na eficá cia letal do chumbo e do ferro, o meio indispensável de sua realização. Essa perversa liga de metais — a violência a serviço da cobiça — é o que, em definitivo, desde o século XVI, forja as bases materiais e simbólicas do regime de dominação hegemôni co moderno. […] Desde que a primeira edição deste livro foi publicada, em 2013, uma grande quantidade de acontecimentos se deu no panorama da mineração transnacional na América Latina. Fatos não apenas importantes e graves, mas fatos no sentido de to da a densidade política que esse termo expressa. É o caso evidente do incomensurável crime massivo da Samarco no Vale do Rio Doce, no Brasil. E de crimes dirigidos a pessoas, como o assassinato de Berta Cáceres e a tentativa contra Gustavo Castro Sot o, em Honduras ou o assédio e a perseguição policial-judicial a Máxima Acuña, no Peru. Houve ainda mortos e feridos "ao acaso", como nas violentas repressões das greves contra a mineradora Tintaya Marquiri, no Peru. Eu poderia mencionar os sucessivo s vazamentos de milhões de litros de água cianetada pela Barrick Gold, em San Juan, no leste da Argentina os quarenta mil litros de ácido sulfúrico nos rios Baranuchi e Sonora, no México a contaminação dos mananciais que abastecem a população de Sa nto Antônio do Grama, em Minas Gerais, pela ruptura de um mineroduto da Anglo American e tantos outros crimes contra a natureza que, no jargão mineiro, são apresentados como "acidentes". […] Assim, na atualidade como na origem, a mineração — a miner
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9788593115462
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Autores Horacio Machado Aráoz
Número de páginas 324
Editora EDITORA ELEFANTE
Genero História
Idioma PORTUGUÊS
ISBN 9788593115462
Encadernação Brochura
Edição 1
Ano de Edição 2020
Tiragem 0
Descrição O Extrativismo na América Como Origem da Modernidade Esta obra não é um livro de história. É um ensaio histórico-sociológico que pretende colocar na mesa dos debates uma tese sobre o lugar e o papel da mineração moderno-colonial na posterior configuração do projeto civilizatório hegemônico, que dá form a à vida social contemporânea. Nossa tese afirma, de maneira simples, que a mineração moderno-colonial foi o detonante fundamental do Capitaloceno. Aqui se procura demonstrar como esse tipo histórico de exploração das "riquezas" minerais da Terra, na scido do empreendimento da invasão e da conquista colonial do "Novo Mundo", desencadeou e motorizou toda uma série de grandes deslocamentos geológicos e antropológicos que desembocaram na grande crise ecológico-civilizatória que hoje paira sobre noss a Mãe Terra e, especificamente, sobre nossa comunidade biológica, os humanos. A invasão, conquista e colonização — primeiro, da América e, logo, do mundo inteiro — tiveram na sede pelo ouro a força motriz e o sentido-mor de sua existência, e na eficá cia letal do chumbo e do ferro, o meio indispensável de sua realização. Essa perversa liga de metais — a violência a serviço da cobiça — é o que, em definitivo, desde o século XVI, forja as bases materiais e simbólicas do regime de dominação hegemôni co moderno. […] Desde que a primeira edição deste livro foi publicada, em 2013, uma grande quantidade de acontecimentos se deu no panorama da mineração transnacional na América Latina. Fatos não apenas importantes e graves, mas fatos no sentido de to da a densidade política que esse termo expressa. É o caso evidente do incomensurável crime massivo da Samarco no Vale do Rio Doce, no Brasil. E de crimes dirigidos a pessoas, como o assassinato de Berta Cáceres e a tentativa contra Gustavo Castro Sot o, em Honduras ou o assédio e a perseguição policial-judicial a Máxima Acuña, no Peru. Houve ainda mortos e feridos "ao acaso", como nas violentas repressões das greves contra a mineradora Tintaya Marquiri, no Peru. Eu poderia mencionar os sucessivo s vazamentos de milhões de litros de água cianetada pela Barrick Gold, em San Juan, no leste da Argentina os quarenta mil litros de ácido sulfúrico nos rios Baranuchi e Sonora, no México a contaminação dos mananciais que abastecem a população de Sa nto Antônio do Grama, em Minas Gerais, pela ruptura de um mineroduto da Anglo American e tantos outros crimes contra a natureza que, no jargão mineiro, são apresentados como "acidentes". […] Assim, na atualidade como na origem, a mineração — a miner
Código de Barras 9788593115462

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