No dia 11 de fevereiro de 2005, faleceu um dos homens mais marcantes da história afro-americana dos últimos cinquenta anos: Baba Oseijeman Adelabu Adefunmi I, “rei dos yoruba da América”. Nascido com o nome de Walter King em 1928, em Detroit, militara no seio do movimento nacionalista negro no início dos anos 1950. Seu sonho de reatar com uma cultura e uma ética africanas, a serviço de um projeto político que pregava a criação de uma Republic of New Afrika em solo americano, deu origem a uma das experiências mais interessantes lideradas pelos descendentes de africanos na América: a fundação, em 1970, da aldeia “africana” de Oyotunji na Carolina do Sul. Os yoruba do Novo Mundo fala sobre essa busca das raízes, desse incessante trabalho de construção da história dos negros nas Américas. A antropóloga italiana Stefania Capone busca analisar as variantes afro-americanas da “religião yoruba”, desenvolvidas nos Estados Unidos como resultado das interações com outros cultos. Essa redescoberta de uma cultura religiosa e de um passado africanos coincidiu com a elaboração de uma estética afro-americana, na qual a música e a dança, entre outras manifestações artísticas, desempenharam um papel fundamental. A celebração da criatividade e da beleza da “raça” negra, que influenciou de maneira decisiva os militantes do nacionalismo cultural norte-americano dos anos 1960 e 1970.
Religião, etnicidade e nacionalismo negro nos Estados Unidos
No dia 11 de fevereiro de 2005, faleceu um dos homens mais marcantes da história afro-americana dos últimos cinquenta anos: Baba Oseijeman Adelabu Adefunmi I, “rei dos yoruba da América”. Nascido com o nome de Walter King em 1928, em Detroit, militara no seio do movimento nacionalista negro no início dos anos 1950. Seu sonho de reatar com uma cultura e uma ética africanas, a serviço de um projeto político que pregava a criação de uma Republic of New Afrika em solo americano, deu origem a uma das experiências mais interessantes lideradas pelos descendentes de africanos na América: a fundação, em 1970, da aldeia “africana” de Oyotunji na Carolina do Sul. Os yoruba do Novo Mundo fala sobre essa busca das raízes, desse incessante trabalho de construção da história dos negros nas Américas. A antropóloga italiana Stefania Capone busca analisar as variantes afro-americanas da “religião yoruba”, desenvolvidas nos Estados Unidos como resultado das interações com outros cultos. Essa redescoberta de uma cultura religiosa e de um passado africanos coincidiu com a elaboração de uma estética afro-americana, na qual a música e a dança, entre outras manifestações artísticas, desempenharam um papel fundamental. A celebração da criatividade e da beleza da “raça” negra, que influenciou de maneira decisiva os militantes do nacionalismo cultural norte-americano dos anos 1960 e 1970.