Quando os dias fazem pensar - Pedro Casaldáliga

Este livro faz parte da coleção "Memória" que traz personalidades que se destacaram, seja pelo exemplo de vida ou por suas obras, servindo de exemplo e inspiração. Cada volume traz uma mensagem perene e destina-se a todas as pessoas que desejam refletir sobre fatos e pessoas que marcaram a nossa história./nQuando os dias fazem pensar é mais que um diário. São páginas poéticas e fecundas de amor e solidariedade, repletas da "mística do Reino", que permeia toda a história de fé pessoal e serve de eixo ao ministério cristão e episcopal de Pedro Casaldáliga. /nDesde cedo, Pedro intui que dizer Deus é defender a vida ameaçada. Concretamente, denunciou casos de escravidão, lutou contra a expoliação das terras indígenas e construiu uma Igreja profética. Isso acarretou certo isolamento institucional e permanente risco de vida. O diário surge, então, como uma forma de se defender dessa realidade e retrata a década de 1980, quando Pedro reinventava a forma de ser bispo-profeta em São Félix do Araguaia. /nO livro não pretende ser uma crônica exaustiva de fatos e histórias da época, nem se preocupa em narrar ou interpretar acontecimentos. Porque, para Pedro, naqueles dias, o mais importante não era a chegada de um novo documento eclesiástico ou algum fato político decisivo, mas sim o sofrimento da filha de uma índia, a cirrose do velho nordestino e a morte estúpida de mais um peão de fazenda. É dessas dores e angústias impotentes que se plasmam esses dias que fazem pensar. Entretanto, em cada detalhe dessa observação, é o mundo todo que aparece resumido./nNas anotações e crônicas, o leitor encontrará o retrato interior e espiritual, a forma de guardar no coração acontecimentos cotidianos que o marcaram ou fizeram viver, sofrer e orar de forma especial. Verá que Pedro é um profeta e que, como os grandes profetas bíblicos, sempre interpela a Deus e fala sobre ele de uma forma que fundamenta um caminho de verdadeira liberdade, pessoal e comunitária. /nNão é um livro para ser lido de um só fôlego, mas para ser apreciado aos poucos, dia após dia, com calma e reflexão. São memórias de sofrimento e compromisso, de fidelidade ao evangelho e aos pobres, prenhe da esperança do Reino./n