Numa formulação certeira, o líder ianomâmi Davi Kopenawa afirmou que “os brancos não sabem sonhar” — e o resultado dessa incapacidade se traduz na destruição das florestas, na poluição dos rios, na morte de muitas espécies, levando o planeta e todos os seres que nele habitam à beira da extinção. Como um antídoto a essa “ausência de sonho”, o que a antropóloga e pesquisadora das práticas de leitura Michèle Petit faz em Somos animais poéticos: a arte, os livros e a beleza em tempos de crise é iluminar o modo como a literatura — oral e escrita —, e outras formas de arte a elas associadas, podem nos ajudar a recuperar nossos desejos, e a nos conectar conosco e com o mundo à nossa volta.
Longe de qualquer abordagem maniqueísta, Somos animais poéticos desdobra e aprofunda os temas que tornaram sua autora uma referência mundial nos estudos sobre a leitura, a função das bibliotecas e dos mediadores culturais nos mais diferentes contextos. Dando voz tanto a artistas consagrados como a pessoas anônimas, muitas delas sobreviventes de grandes catástrofes — como a recente pandemia da covid-19, também discutida aqui —, este livro é ele próprio uma afirmação do poder da arte e da beleza, bem como da necessidade que todos temos de, como queria Rimbaud, “reinventar a vida”.
a arte, os livros e a beleza em tempos de crise
Numa formulação certeira, o líder ianomâmi Davi Kopenawa afirmou que “os brancos não sabem sonhar” — e o resultado dessa incapacidade se traduz na destruição das florestas, na poluição dos rios, na morte de muitas espécies, levando o planeta e todos os seres que nele habitam à beira da extinção. Como um antídoto a essa “ausência de sonho”, o que a antropóloga e pesquisadora das práticas de leitura Michèle Petit faz em Somos animais poéticos: a arte, os livros e a beleza em tempos de crise é iluminar o modo como a literatura — oral e escrita —, e outras formas de arte a elas associadas, podem nos ajudar a recuperar nossos desejos, e a nos conectar conosco e com o mundo à nossa volta.
Longe de qualquer abordagem maniqueísta, Somos animais poéticos desdobra e aprofunda os temas que tornaram sua autora uma referência mundial nos estudos sobre a leitura, a função das bibliotecas e dos mediadores culturais nos mais diferentes contextos. Dando voz tanto a artistas consagrados como a pessoas anônimas, muitas delas sobreviventes de grandes catástrofes — como a recente pandemia da covid-19, também discutida aqui —, este livro é ele próprio uma afirmação do poder da arte e da beleza, bem como da necessidade que todos temos de, como queria Rimbaud, “reinventar a vida”.