Neste romance, estilo noir, Rafael Guimaraens propõe um mergulho no submundo de uma cidade que se moderniza e aprofunda seus abismos sociais. Porto Alegre prepara-se para a grande Exposição do Centenário Farroupilha, o encontro entre a reconstrução de um passado controverso e a projeção de um futuro ambicioso, e todos estão inquietos. Dyonélio Machado sonha com a revolução. Apparício Cora de Almeida investiga quem matou Waldemar Ripoll. A chanteuse Juliette Foillet só quer recomeçar sua vida. Envolvido até o pescoço, o repórter Paulo Koetz terá a oportunidade de se transformar de coadjuvante em protagonista de sua própria vida, em um redemoinho de mistério e paixão, transitam policiais, meretrizes, boêmios, vedetes, cafetinas e gangsters. O jovem jornalista percorre becos escuros, vielas suspeitas, espeluncas e rendez-vous em busca de boas histórias. 1935 é uma narrativa envolvente. Destaca fatos da história brasileira, dentre situações de tirar o fôlego.
Um trecho:
“Em dez minutos, o auto de praça estaciona na Avenida João Pessoa, defronte ao antigo Anfitheatro Alhambra – que agora se chama Studio de Boxe Farroupilha, e logo será demolido para ali construírem o lago artificial da Exposição Farroupilha. Atravesso a rua e vou tomando pé do que aconteceu por ali. Há um drama de sangue instalado. Um automóvel invadiu a calçada e estaqueou sobre o gramado, deixando marcas de pneus no areião. Dois veículos da Polícia e uma ambulância da Assistência Municipal estão estacionados junto ao meio-fio. Um grupo de curiosos é mantido à distância da cena pela força policial. Chego mais perto. Dois homens com uniformes da Companhia Carris são rendidos, um deles com ferimento no ombro. Um policial à paisana igualmente está ferido.
Espio pela janela do Ford acidentado, placa 20-24. Há um cadáver estirado no banco traseiro, alguém muito jovem. Tem os braços e as pernas afastados, o paletó preto aberto, sem gravata e a camisa branca empapada de sangue. Outro corpo com o rosto ensanguentado está sendo examinado no canteiro diante do Studio de Boxe. Agachado sobre ele, o médico da Assistência faz um sinal negativo e pede que seus auxiliares o removam para a ambulância. Depois, se dirige para o defunto no interior do auto.
Pergunto ao colega Eliseu Neumann, do Diário de Notícias:
“O que houve por aqui?”
“Só o que faltava. Além do meu trabalho, tenho que fazer o teu? Te vira!” (...)”
Neste romance, estilo noir, Rafael Guimaraens propõe um mergulho no submundo de uma cidade que se moderniza e aprofunda seus abismos sociais. Porto Alegre prepara-se para a grande Exposição do Centenário Farroupilha, o encontro entre a reconstrução de um passado controverso e a projeção de um futuro ambicioso, e todos estão inquietos. Dyonélio Machado sonha com a revolução. Apparício Cora de Almeida investiga quem matou Waldemar Ripoll. A chanteuse Juliette Foillet só quer recomeçar sua vida. Envolvido até o pescoço, o repórter Paulo Koetz terá a oportunidade de se transformar de coadjuvante em protagonista de sua própria vida, em um redemoinho de mistério e paixão, transitam policiais, meretrizes, boêmios, vedetes, cafetinas e gangsters. O jovem jornalista percorre becos escuros, vielas suspeitas, espeluncas e rendez-vous em busca de boas histórias. 1935 é uma narrativa envolvente. Destaca fatos da história brasileira, dentre situações de tirar o fôlego.
Um trecho:
“Em dez minutos, o auto de praça estaciona na Avenida João Pessoa, defronte ao antigo Anfitheatro Alhambra – que agora se chama Studio de Boxe Farroupilha, e logo será demolido para ali construírem o lago artificial da Exposição Farroupilha. Atravesso a rua e vou tomando pé do que aconteceu por ali. Há um drama de sangue instalado. Um automóvel invadiu a calçada e estaqueou sobre o gramado, deixando marcas de pneus no areião. Dois veículos da Polícia e uma ambulância da Assistência Municipal estão estacionados junto ao meio-fio. Um grupo de curiosos é mantido à distância da cena pela força policial. Chego mais perto. Dois homens com uniformes da Companhia Carris são rendidos, um deles com ferimento no ombro. Um policial à paisana igualmente está ferido.
Espio pela janela do Ford acidentado, placa 20-24. Há um cadáver estirado no banco traseiro, alguém muito jovem. Tem os braços e as pernas afastados, o paletó preto aberto, sem gravata e a camisa branca empapada de sangue. Outro corpo com o rosto ensanguentado está sendo examinado no canteiro diante do Studio de Boxe. Agachado sobre ele, o médico da Assistência faz um sinal negativo e pede que seus auxiliares o removam para a ambulância. Depois, se dirige para o defunto no interior do auto.
Pergunto ao colega Eliseu Neumann, do Diário de Notícias:
“O que houve por aqui?”
“Só o que faltava. Além do meu trabalho, tenho que fazer o teu? Te vira!” (...)”