Uma hora, as crônicas de Carmen Palheta haveriam de escapar dos casulos da memória, do coração, e voar como borboletas inspiradas em simples acontecimentos cotidianos: recordações, amores, paixões e sofrimentos; decepções e alegrias; personagens incrustados no coração da cronista. Conduzidas por um fio de emoções, as crônicas rompem as intimidades da autora ao explorar sentimentos que para a maioria poderiam ter se perdido no tempo. Ela os aproveitou.
Carmen conta uma porção de histórias, começando pela infância. As da adolescência não escaparam de roteiros indispensáveis: das traquinagens à descoberta do amor embalado por imaginações, paisagens e protagonistas. A “Borboleta Azul”, chegando à vida adulta, cumpre o papel de relatar, por exemplo — ainda que lugar-comum — que, se a cronista tinha pressa de crescer, talvez para escapar do onirismo infantil, ao mesmo tempo tinha medo de se meter na vida adulta, da qual não se escapa sem conflitos, desesperanças, loucuras e inquietações que nos perturbam depois que nossas borboletas e pássaros alçam voo rumo ao desconhecido da vida, muitas vezes impossíveis de se suportar. Carmen não escapou.
As crônicas enchem-nos de alegria e afetos. E de certezas de que tudo tem começo, meio e fim. Ainda bem que existem as crônicas que nos fazem ver o outro lado dos acontecimentos e nos deixam desejosos da eterna felicidade.
Nélio Palheta é jornalista e escritor
Afeitos e afetos
Uma hora, as crônicas de Carmen Palheta haveriam de escapar dos casulos da memória, do coração, e voar como borboletas inspiradas em simples acontecimentos cotidianos: recordações, amores, paixões e sofrimentos; decepções e alegrias; personagens incrustados no coração da cronista. Conduzidas por um fio de emoções, as crônicas rompem as intimidades da autora ao explorar sentimentos que para a maioria poderiam ter se perdido no tempo. Ela os aproveitou.
Carmen conta uma porção de histórias, começando pela infância. As da adolescência não escaparam de roteiros indispensáveis: das traquinagens à descoberta do amor embalado por imaginações, paisagens e protagonistas. A “Borboleta Azul”, chegando à vida adulta, cumpre o papel de relatar, por exemplo — ainda que lugar-comum — que, se a cronista tinha pressa de crescer, talvez para escapar do onirismo infantil, ao mesmo tempo tinha medo de se meter na vida adulta, da qual não se escapa sem conflitos, desesperanças, loucuras e inquietações que nos perturbam depois que nossas borboletas e pássaros alçam voo rumo ao desconhecido da vida, muitas vezes impossíveis de se suportar. Carmen não escapou.
As crônicas enchem-nos de alegria e afetos. E de certezas de que tudo tem começo, meio e fim. Ainda bem que existem as crônicas que nos fazem ver o outro lado dos acontecimentos e nos deixam desejosos da eterna felicidade.
Nélio Palheta é jornalista e escritor