A dívida impagável implode o edifício da filosofia ocidental e nos oferece não apenas um instrumental teórico, mas também uma fabulosa metodologia expositiva para examinar a modernidade e o capitalismo. É um extraordinário exercício de imaginação crítica.
A dívida impagável examina as relações entre colonialidade, racialidade e capital global a partir de uma perspectiva feminista negra inspirada no romance de ficção científica de Octavia E. Butler, Kindred: laços de sangue, no qual uma escritora afro-americana é transportada de volta aos tempos da escravidão com a missão de salvar seu proprietário-ancestral. Denise Ferreira da Silva expõe o capital como arquitetura jurídica e gramática ética de um mundo que segue produzindo normas, pensamentos e sentimentos cujo papel é garantir que o exercício da violência e da dominação de pessoas brancas contra pessoas racializadas nunca perca sua legitimidade e eficácia.Como resultado, ela ativa a possibilidade de contemplarmos um programa ético no qual um termo emerge com força: justiça. E aqui esta palavra tem o significado bastante preciso de descolonização como restauração do valor total expropriado de terras indígenas e corpos de pessoas escravizadas — a dívida impagável.
Uma crítica feminista, racial e anticolonial do capitalismo
A dívida impagável implode o edifício da filosofia ocidental e nos oferece não apenas um instrumental teórico, mas também uma fabulosa metodologia expositiva para examinar a modernidade e o capitalismo. É um extraordinário exercício de imaginação crítica.
A dívida impagável examina as relações entre colonialidade, racialidade e capital global a partir de uma perspectiva feminista negra inspirada no romance de ficção científica de Octavia E. Butler, Kindred: laços de sangue, no qual uma escritora afro-americana é transportada de volta aos tempos da escravidão com a missão de salvar seu proprietário-ancestral. Denise Ferreira da Silva expõe o capital como arquitetura jurídica e gramática ética de um mundo que segue produzindo normas, pensamentos e sentimentos cujo papel é garantir que o exercício da violência e da dominação de pessoas brancas contra pessoas racializadas nunca perca sua legitimidade e eficácia.Como resultado, ela ativa a possibilidade de contemplarmos um programa ético no qual um termo emerge com força: justiça. E aqui esta palavra tem o significado bastante preciso de descolonização como restauração do valor total expropriado de terras indígenas e corpos de pessoas escravizadas — a dívida impagável.