O italiano Roberto Calasso é um dos grandes intelectuais europeus da atualidade. Romancista, ensaísta e crítico literário, é também diretor da editora Adelphi, de Milão, que renovou o panorama editorial da Itália do pós-guerra. A literatura e os deuses se compõe de oito ensaios originalmente apresentados como conferências na Universidade de Oxford em 2000. Nesses textos, Calasso faz um paralelo entre dois fenômenos aparentemente distintos.
De um lado, trata do ressurgimento dos deuses pagãos e orientais na literatura européia do século XIX. Por outro lado, aborda a eclosão do romantismo e do que Calasso define como literatura absoluta - que consiste na invenção formal em estado puro, sem compromissos com discursos extra-literários (sociais, políticos, filosóficos, religiosos).
Para Calasso, existe um fundo comum entre a experimentação da literatura absoluta e os deuses antigos, pois estes representam o contraste entre lei e caos, ordem e dissolução, criação e morte. O ensaísta mostra como os românticos (Schlegel, Hölderlin, Novalis) e os primeiros modernos (Baudelaire, Lautréamont, Mallarmé) utilizaram deuses como metáfora de um mundo que já não era visto de um ponto de vista racional, com princípios e finalidades reconhecíveis, mas que, ao contrário, transformara-se em fábula.
É esse mundo tornado fábula que a literatura absoluta tematiza com construções formais e ficcionais que, ao contrário de representarem a realidade, a reinventam - criando mundos à maneira dos deuses.
O italiano Roberto Calasso é um dos grandes intelectuais europeus da atualidade. Romancista, ensaísta e crítico literário, é também diretor da editora Adelphi, de Milão, que renovou o panorama editorial da Itália do pós-guerra. A literatura e os deuses se compõe de oito ensaios originalmente apresentados como conferências na Universidade de Oxford em 2000. Nesses textos, Calasso faz um paralelo entre dois fenômenos aparentemente distintos.
De um lado, trata do ressurgimento dos deuses pagãos e orientais na literatura européia do século XIX. Por outro lado, aborda a eclosão do romantismo e do que Calasso define como literatura absoluta - que consiste na invenção formal em estado puro, sem compromissos com discursos extra-literários (sociais, políticos, filosóficos, religiosos).
Para Calasso, existe um fundo comum entre a experimentação da literatura absoluta e os deuses antigos, pois estes representam o contraste entre lei e caos, ordem e dissolução, criação e morte. O ensaísta mostra como os românticos (Schlegel, Hölderlin, Novalis) e os primeiros modernos (Baudelaire, Lautréamont, Mallarmé) utilizaram deuses como metáfora de um mundo que já não era visto de um ponto de vista racional, com princípios e finalidades reconhecíveis, mas que, ao contrário, transformara-se em fábula.
É esse mundo tornado fábula que a literatura absoluta tematiza com construções formais e ficcionais que, ao contrário de representarem a realidade, a reinventam - criando mundos à maneira dos deuses.