Em outubro de 2019, um levante popular abala o sistema neoliberal chileno mantido desde o fim da ditadura de Pinochet. Em setembro de 2022, a proposta constitucional resultante dessa revolta e apresentada pela Assembleia Constituinte é rejeitada por um referendo. Nesse período, os movimentos sociais lideraram um processo de politização intenso, alimentando debates dentro e fora da Assembleia. Essa experiência política, com lições que vão além do Chile, abre caminho para a reinvenção da democracia entendida como uma atividade comum, e não como monopólio da classe política. Essa reinvenção requer um trabalho de imaginação política que rejeita a restauração ou a reprodução de um passado idealizado ou a reprodução de governos “progressistas” recentes. É o que as feministas chilenas chamam de “memória do futuro”.
Autor: Pierre Dardot é filósofo e pesquisador da Universidade Paris-Ouest Nanterre-La Défense, especialista no pensamento de Marx e Hegel. Entre outros livros publicados, é coautor, com Christian Laval, de A nova razão do mundo (Boitempo, 2016).
CHILE (2019-2022)
Em outubro de 2019, um levante popular abala o sistema neoliberal chileno mantido desde o fim da ditadura de Pinochet. Em setembro de 2022, a proposta constitucional resultante dessa revolta e apresentada pela Assembleia Constituinte é rejeitada por um referendo. Nesse período, os movimentos sociais lideraram um processo de politização intenso, alimentando debates dentro e fora da Assembleia. Essa experiência política, com lições que vão além do Chile, abre caminho para a reinvenção da democracia entendida como uma atividade comum, e não como monopólio da classe política. Essa reinvenção requer um trabalho de imaginação política que rejeita a restauração ou a reprodução de um passado idealizado ou a reprodução de governos “progressistas” recentes. É o que as feministas chilenas chamam de “memória do futuro”.
Autor: Pierre Dardot é filósofo e pesquisador da Universidade Paris-Ouest Nanterre-La Défense, especialista no pensamento de Marx e Hegel. Entre outros livros publicados, é coautor, com Christian Laval, de A nova razão do mundo (Boitempo, 2016).