A narrativa de Jean-Claude Bernardet concentra-se nos momentos decisivos da infância e da juventude de um rapaz. O protagonista examina e reconstrói a própria história num jogo de confissões e silêncios, oscilando entre se entregar e se preservar.
Narrada em primeira pessoa, a história evolui com simplicidade, sem grande tensão ou preciosismo estilístico, como se o narrador se pusesse a relembrar a infância e a juventude de um só fôlego, deixando a memória aflorar livremente. Aos poucos, as artimanhas do texto - como a ironia sutil e as imagens poderosas - ganham evidência.
O protagonista vive dividido entre a mãe e a madrasta, entre duas culturas, entre dois países. O texto procura rever os lances principais da educação afetiva do menino que, desde cedo, debatia-se contra condutas familiares e normas sociais.
Criança, atenta ao desajuste de sua personalidade, o narrador procura compartilhar a própria dor com o melhor amigo, com a professora de latim e com os pais. Simultaneamente, esconde de todos a solidão e a sexualidade ambígua. Aos poucos, o deslocamento, a revolta e o inconformismo terminam por definir seu conflito com o mundo.
O ciclo se completa quando o protagonista, livre das imposições do pai e da madrasta, adquire os meios de reconciliar-se com as pessoas que na infância o haviam educado e atormentado. A companhia do pai, especialmente, remedia o desamparo de ambos.
O belo desenlace do livro expande as ressonâncias da identidade do rapaz, resultando o texto numa "ficção autobiográfica" libertadora e vigorosa.
A narrativa de Jean-Claude Bernardet concentra-se nos momentos decisivos da infância e da juventude de um rapaz. O protagonista examina e reconstrói a própria história num jogo de confissões e silêncios, oscilando entre se entregar e se preservar.
Narrada em primeira pessoa, a história evolui com simplicidade, sem grande tensão ou preciosismo estilístico, como se o narrador se pusesse a relembrar a infância e a juventude de um só fôlego, deixando a memória aflorar livremente. Aos poucos, as artimanhas do texto - como a ironia sutil e as imagens poderosas - ganham evidência.
O protagonista vive dividido entre a mãe e a madrasta, entre duas culturas, entre dois países. O texto procura rever os lances principais da educação afetiva do menino que, desde cedo, debatia-se contra condutas familiares e normas sociais.
Criança, atenta ao desajuste de sua personalidade, o narrador procura compartilhar a própria dor com o melhor amigo, com a professora de latim e com os pais. Simultaneamente, esconde de todos a solidão e a sexualidade ambígua. Aos poucos, o deslocamento, a revolta e o inconformismo terminam por definir seu conflito com o mundo.
O ciclo se completa quando o protagonista, livre das imposições do pai e da madrasta, adquire os meios de reconciliar-se com as pessoas que na infância o haviam educado e atormentado. A companhia do pai, especialmente, remedia o desamparo de ambos.
O belo desenlace do livro expande as ressonâncias da identidade do rapaz, resultando o texto numa "ficção autobiográfica" libertadora e vigorosa.