Este livro examina os principais métodos de treinamento de atores/atrizes difundidos no Ocidente no século XX, à luz das teorias de Michel Foucault sobre disciplina e docilização dos corpos. Analiso discursos de figuras-chave da prática teatral e indico de que maneira exercícios físicos derivados das esferas marciais e militaristas evocam ideais masculinos de fisicalidade e atuação cênica. A preparação de atuantes em práticas físicas pressupõe que métodos disciplinares podem gerar um corpo "neutro", "natural" ou "universal", e assim desconsidera a questão do contexto cultural e a identidade de gênero. Portanto, embasada em filósofas dos estudos de gênero, questiono como os processos de treinamento atoral podem resistir aos apagamentos do que é considerado feminino.
O livro inovador de Maria Brígida de Miranda é uma investigação acadêmica das maneiras pelas quais as principais abordagens internacionais teóricas e práticas para o treinamento do/a performer disciplinam o corpo. Apresenta uma miríade de conceitos complexos sobre a fisicalidade corporificada e, significativamente, em relação à identidade cultural e de gênero. O estudo de Miranda aborda questões cruciais sobre o treinamento físico, incluindo as origens nas ações de estilo militar. [...] Um livro completo e especializado, que extrai a complexidade associada ao treinamento do corpo no teatro e ainda é relevante para uma compreensão mais ampla do corpo dentro da cultura.
— Peta Tait
Professora emerita, Australian Academy of the Humanities (FAHA), La Trobe University, Australia.
SOBRE A AUTORA
Maria Brígida de Miranda
é professora, atriz, diretora teatral e preparadora de atores/atrizes. Doutora em Teatro pela La Trobe University, 2004. Mestre em Prática Teatral pela University of Exeter, 1996. Licenciada em Educação Artística, com Habilitação em Artes Cênicas, pela Universidade de Brasília, 1993. Professora Titular do Departamento de Artes Cênicas da Universidade do Estado de Santa Catarina, das áreas de Direção e Interpretação Teatral, abriu, em 2006, o campo das pesquisas teórico-práticas em teatro feminista e estudos de gênero nas artes cênicas. Desde 2008, integra o Programa de Pós-Graduação em Teatro (PPGT/UDESC), no qual leciona, desenvolve e orienta dissertações e teses nas áreas de atuação teatral, teatro feminista, estudos de gênero no teatro, treinamento de atores/atrizes e práticas marciais e meditativas. Editora da Urdimento - Revista de Estudos em Artes Cênicas, cofundadora e coordenadora associada do G.T. Mulheres da Cena, na Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas (ABRACE).
reflexões sobre métodos de treinamento de atores e atrizes no século XX
Este livro examina os principais métodos de treinamento de atores/atrizes difundidos no Ocidente no século XX, à luz das teorias de Michel Foucault sobre disciplina e docilização dos corpos. Analiso discursos de figuras-chave da prática teatral e indico de que maneira exercícios físicos derivados das esferas marciais e militaristas evocam ideais masculinos de fisicalidade e atuação cênica. A preparação de atuantes em práticas físicas pressupõe que métodos disciplinares podem gerar um corpo "neutro", "natural" ou "universal", e assim desconsidera a questão do contexto cultural e a identidade de gênero. Portanto, embasada em filósofas dos estudos de gênero, questiono como os processos de treinamento atoral podem resistir aos apagamentos do que é considerado feminino.
O livro inovador de Maria Brígida de Miranda é uma investigação acadêmica das maneiras pelas quais as principais abordagens internacionais teóricas e práticas para o treinamento do/a performer disciplinam o corpo. Apresenta uma miríade de conceitos complexos sobre a fisicalidade corporificada e, significativamente, em relação à identidade cultural e de gênero. O estudo de Miranda aborda questões cruciais sobre o treinamento físico, incluindo as origens nas ações de estilo militar. [...] Um livro completo e especializado, que extrai a complexidade associada ao treinamento do corpo no teatro e ainda é relevante para uma compreensão mais ampla do corpo dentro da cultura.
— Peta Tait
Professora emerita, Australian Academy of the Humanities (FAHA), La Trobe University, Australia.
SOBRE A AUTORA
Maria Brígida de Miranda
é professora, atriz, diretora teatral e preparadora de atores/atrizes. Doutora em Teatro pela La Trobe University, 2004. Mestre em Prática Teatral pela University of Exeter, 1996. Licenciada em Educação Artística, com Habilitação em Artes Cênicas, pela Universidade de Brasília, 1993. Professora Titular do Departamento de Artes Cênicas da Universidade do Estado de Santa Catarina, das áreas de Direção e Interpretação Teatral, abriu, em 2006, o campo das pesquisas teórico-práticas em teatro feminista e estudos de gênero nas artes cênicas. Desde 2008, integra o Programa de Pós-Graduação em Teatro (PPGT/UDESC), no qual leciona, desenvolve e orienta dissertações e teses nas áreas de atuação teatral, teatro feminista, estudos de gênero no teatro, treinamento de atores/atrizes e práticas marciais e meditativas. Editora da Urdimento - Revista de Estudos em Artes Cênicas, cofundadora e coordenadora associada do G.T. Mulheres da Cena, na Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas (ABRACE).