Este livro faz parte da coleção "Ética e Sociedade", cujo objetivo é levantar questões éticas e sociais para buscar respostas para os desafios de uma sociedade mais igualitária e justa. Nossa sociedade orgulha-se de ser uma civilização do trabalho. De fato, o trabalho talvez seja o âmbito da existência em que o indivíduo se depara com todos os polos que configuram sua personalidade. A maioria dos direitos civis e econômicos se vincula a esta atividade que ocupa seis dos sete dias da semana e um terço das horas do dia. A amplitude e a complexidade do mundo do trabalho envolvem a antropologia, a política, o direito, a cultura, a economia e a teologia. Considerar o trabalho unicamente em seu sentido econômico é mutilá-lo em sua essência. A teologia fala de acontecimentos. O acontecer aqui é o mundo do trabalho que, neste século, apresenta-se globalizado, cognitivo, tecnológico, informacional, financeirizado, flexível, precário. O indivíduo pós-moderno também é um homo faber. A atual intensificação do princípio da acumulação ilimitada apoia-se na coisificação do trabalho e do trabalhador, ambos convertidos em mercadoria. O capital transformou o trabalho em instrumento de acumulação material. É possível reverter essa inversão antropológica em meio ao sucesso do capitalismo financeiro e globalizado? Há vestígios de capitalismo nas motivações cristãs ao trabalho? Ora et labora! Laborare est orare! Não haveria certo "espírito mutante" no capitalismo que mantém persuadidos empresários e trabalhadores? Este livro mostra que o valor primordial do trabalho está no fato de ser executado por uma pessoa criada à imagem e semelhança de Deus. Como libertar o trabalho dos interesses financeiros, do consumismo e da competitividade selvagem entre países e empresas? Qual seria a lex agendi de uma Pastoral do Mundo do Trabalho na era de um mercado de trabalho capitalista e globalizado? Marie-Dominique Chenu, em meados do século XX, teve o mérito de inserir o trabalho como matéria de reflexão teológica. Em continuidade com esta tradição, e com suas obras precedentes, Élio Gasda empreende neste livro uma busca pelo sentido que um estudo sistemático sobre Deus pode conferir ao trabalho humano e, também, de seu corolário na construção do Reino que emerge em Jesus Cristo. A tradição judaico-cristã é sua inspiração.
Repensar o trabalho além do capitalismo
Este livro faz parte da coleção "Ética e Sociedade", cujo objetivo é levantar questões éticas e sociais para buscar respostas para os desafios de uma sociedade mais igualitária e justa. Nossa sociedade orgulha-se de ser uma civilização do trabalho. De fato, o trabalho talvez seja o âmbito da existência em que o indivíduo se depara com todos os polos que configuram sua personalidade. A maioria dos direitos civis e econômicos se vincula a esta atividade que ocupa seis dos sete dias da semana e um terço das horas do dia. A amplitude e a complexidade do mundo do trabalho envolvem a antropologia, a política, o direito, a cultura, a economia e a teologia. Considerar o trabalho unicamente em seu sentido econômico é mutilá-lo em sua essência. A teologia fala de acontecimentos. O acontecer aqui é o mundo do trabalho que, neste século, apresenta-se globalizado, cognitivo, tecnológico, informacional, financeirizado, flexível, precário. O indivíduo pós-moderno também é um homo faber. A atual intensificação do princípio da acumulação ilimitada apoia-se na coisificação do trabalho e do trabalhador, ambos convertidos em mercadoria. O capital transformou o trabalho em instrumento de acumulação material. É possível reverter essa inversão antropológica em meio ao sucesso do capitalismo financeiro e globalizado? Há vestígios de capitalismo nas motivações cristãs ao trabalho? Ora et labora! Laborare est orare! Não haveria certo "espírito mutante" no capitalismo que mantém persuadidos empresários e trabalhadores? Este livro mostra que o valor primordial do trabalho está no fato de ser executado por uma pessoa criada à imagem e semelhança de Deus. Como libertar o trabalho dos interesses financeiros, do consumismo e da competitividade selvagem entre países e empresas? Qual seria a lex agendi de uma Pastoral do Mundo do Trabalho na era de um mercado de trabalho capitalista e globalizado? Marie-Dominique Chenu, em meados do século XX, teve o mérito de inserir o trabalho como matéria de reflexão teológica. Em continuidade com esta tradição, e com suas obras precedentes, Élio Gasda empreende neste livro uma busca pelo sentido que um estudo sistemático sobre Deus pode conferir ao trabalho humano e, também, de seu corolário na construção do Reino que emerge em Jesus Cristo. A tradição judaico-cristã é sua inspiração.