Amazônia, violência e tecnologias de poder

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Escola e democracia

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Eugenia Brasilis

R$ 46,00
Embora a produção da bomba atômica seja sempre lembrada como exemplo da ciência a serviço da destruição, há outro igualmente relevante: o desenvolvimento das teorias eugênicas e seu aproveitamento por movimentos raciais, culminando no Holocausto nazista na Segunda Guerra Mundial. Nesse sentido, a história da ciência deve pesquisar e procurar elucidar os fatos, para que movimentos como esses não se repitam. É na Alemanha nazista que as ideias eugênicas serão aplicadas em escala industrial – inicialmente, contra o próprio povo alemão e sendo expandida conforme o desenrolar da Guerra e a ocupação de territórios. A eficácia do seu programa eugênico, que era chamado de Higiene Racial, vai encantar adeptos até mesmo em terras brasileiras, como o doutor Renato Kehl, que fez diversas visitas para conhecer o “avanço” pseudocientífico da Eugenia alemã. No Brasil, muitos eugenistas brasileiros atribuíram à mestiçagem a causa da degeneração do nosso povo. Como vimos, muitos foram os estereótipos criados para retratar o mestiço brasileiro. Olhava-se para o branco europeu como a tábua da salvação do Brasil. Não são poucos os cientistas e escritores, grandes e pequenos, que se declararam desconfortáveis como o povo brasileiro — avaliado, em geral, por sua feiura, sua pouca inteligência e sua preguiça —, sobretudo quando na presença de estrangeiros. Só para citar alguns que fizeram elocuções negativas sobre esses temas: os médicos Carlos Chagas, Oswaldo Cruz, Miguel Couto, Belisário Penna, Artur Neiva, o cientista político Oliveira Viana, o educador Fernando de Azevedo, até Roquette-Pinto, que escrevera com tanto sentimento sobre o valor dos índios ainda em 1917, e Monteiro Lobato, o grande escritor infantil, nacionalista e pré-modernista (GOMES, 2019). O que Renato Kehl (apóstolo da eugenia brasileira) e outros eugenistas brasileiros desconheciam, ou pelos não entendiam de forma clara, é que um dos grandes esteios da sociedade brasileira é a sua miscigenação. O índio, o lusitano, o negro e, depois, o imigrante formaram o povo brasileiro, único em suas características e imbricado em seus múltiplos aspectos culturais.
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Autores Achille Mbembe
Número de páginas 144
Editora APPRIS
Idioma PORTUGUÊS
ISBN 6525047226
Encadernação Brochura com Sobrecapa
Edição 1
Ano de Edição 2023
Tiragem 0
Descrição delírios e equívocos na terra do borogodó Embora a produção da bomba atômica seja sempre lembrada como exemplo da ciência a serviço da destruição, há outro igualmente relevante: o desenvolvimento das teorias eugênicas e seu aproveitamento por movimentos raciais, culminando no Holocausto nazista na Segunda Guerra Mundial. Nesse sentido, a história da ciência deve pesquisar e procurar elucidar os fatos, para que movimentos como esses não se repitam. É na Alemanha nazista que as ideias eugênicas serão aplicadas em escala industrial – inicialmente, contra o próprio povo alemão e sendo expandida conforme o desenrolar da Guerra e a ocupação de territórios. A eficácia do seu programa eugênico, que era chamado de Higiene Racial, vai encantar adeptos até mesmo em terras brasileiras, como o doutor Renato Kehl, que fez diversas visitas para conhecer o “avanço” pseudocientífico da Eugenia alemã. No Brasil, muitos eugenistas brasileiros atribuíram à mestiçagem a causa da degeneração do nosso povo. Como vimos, muitos foram os estereótipos criados para retratar o mestiço brasileiro. Olhava-se para o branco europeu como a tábua da salvação do Brasil. Não são poucos os cientistas e escritores, grandes e pequenos, que se declararam desconfortáveis como o povo brasileiro — avaliado, em geral, por sua feiura, sua pouca inteligência e sua preguiça —, sobretudo quando na presença de estrangeiros. Só para citar alguns que fizeram elocuções negativas sobre esses temas: os médicos Carlos Chagas, Oswaldo Cruz, Miguel Couto, Belisário Penna, Artur Neiva, o cientista político Oliveira Viana, o educador Fernando de Azevedo, até Roquette-Pinto, que escrevera com tanto sentimento sobre o valor dos índios ainda em 1917, e Monteiro Lobato, o grande escritor infantil, nacionalista e pré-modernista (GOMES, 2019). O que Renato Kehl (apóstolo da eugenia brasileira) e outros eugenistas brasileiros desconheciam, ou pelos não entendiam de forma clara, é que um dos grandes esteios da sociedade brasileira é a sua miscigenação. O índio, o lusitano, o negro e, depois, o imigrante formaram o povo brasileiro, único em suas características e imbricado em seus múltiplos aspectos culturais.
Código de Barras 9786525047225

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