O que James Bond, Umberto Eco e Portugal no século XVIII têm em comum? O que poderia juntar referências a vilões clássicos da animação, trocadilhos inusitados e o musical Hamilton? Em
Homens cordiais, Samir Machado de Machado mais uma vez faz disputas políticas de séculos atrás conversarem com o Brasil e o mundo de hoje em dia. Ver o soldado Érico Borges tentar decifrar os planos da Marquesa de Monsanto um instante antes de tudo ir para os ares é ver uma partida de tênis — só que com explosões. E explosões deixam tudo melhor.
Dessa vez, acompanhamos Érico enquanto utiliza sua inteligência militar e social para lutar uma batalha que nem sempre é a dele. Além de impedir que mais guerras aconteçam, vemos em Érico um desejo de entender por que os poderosos as querem, para começo de conversa. Com seus inimigos fictícios, o personagem cativante questiona problemas muito reais, como fanatismo, xenofobia, homofobia e até mesmo disputas de gênero.
Nosso autor tem a facilidade de mostrar o sentido de algo estrutural: algo presente em seus alicerces, em sua própria composição — remetendo inclusive à arquitetura de Lisboa após o terremoto de 1775. Por outro lado, perdão pelo trocadilho, mas Samir Machado de Machado abala as estruturas, desafiando as normas do que é um romance de capa e espada para deixá-lo ainda mais emocionante. Aí entram as referências pop no romance histórico: o Satyricon de Petrônio, os deuses gregos, métodos de assassinato à la Agatha Christie e a série Chaves.
A narrativa cativante faz o leitor parar e se perguntar: "Espera um pouco: isso aconteceu de verdade? Essas pessoas são reais?" No entanto, ninguém vai conseguir largar o livro por tempo suficiente para consultar se os túneis romanos sob Lisboa ou se a Irmã Xerazade existiram mesmo. Mas tudo é real para Érico Borges nesta nova aventura. Tudo é muito real para esse personagem que só quer voltar para casa seguro para os braços de quem o espera.
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Luisa Geisler
O que James Bond, Umberto Eco e Portugal no século XVIII têm em comum? O que poderia juntar referências a vilões clássicos da animação, trocadilhos inusitados e o musical Hamilton? Em
Homens cordiais, Samir Machado de Machado mais uma vez faz disputas políticas de séculos atrás conversarem com o Brasil e o mundo de hoje em dia. Ver o soldado Érico Borges tentar decifrar os planos da Marquesa de Monsanto um instante antes de tudo ir para os ares é ver uma partida de tênis — só que com explosões. E explosões deixam tudo melhor.
Dessa vez, acompanhamos Érico enquanto utiliza sua inteligência militar e social para lutar uma batalha que nem sempre é a dele. Além de impedir que mais guerras aconteçam, vemos em Érico um desejo de entender por que os poderosos as querem, para começo de conversa. Com seus inimigos fictícios, o personagem cativante questiona problemas muito reais, como fanatismo, xenofobia, homofobia e até mesmo disputas de gênero.
Nosso autor tem a facilidade de mostrar o sentido de algo estrutural: algo presente em seus alicerces, em sua própria composição — remetendo inclusive à arquitetura de Lisboa após o terremoto de 1775. Por outro lado, perdão pelo trocadilho, mas Samir Machado de Machado abala as estruturas, desafiando as normas do que é um romance de capa e espada para deixá-lo ainda mais emocionante. Aí entram as referências pop no romance histórico: o Satyricon de Petrônio, os deuses gregos, métodos de assassinato à la Agatha Christie e a série Chaves.
A narrativa cativante faz o leitor parar e se perguntar: "Espera um pouco: isso aconteceu de verdade? Essas pessoas são reais?" No entanto, ninguém vai conseguir largar o livro por tempo suficiente para consultar se os túneis romanos sob Lisboa ou se a Irmã Xerazade existiram mesmo. Mas tudo é real para Érico Borges nesta nova aventura. Tudo é muito real para esse personagem que só quer voltar para casa seguro para os braços de quem o espera.
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Luisa Geisler