Pelas águas do rio Mapuá, Eliane Costa nos convida a escavar histórias e memórias do Marajó das Florestas. Sua arqueologia, uma arqueologia das narrativas, se concentra naquilo que há de mais fantástico nesse imenso Marajó: as pessoas a e vida social comunitária, cujos sentidos criam relações únicas com o lugar. As histórias das comunidades, das vilas, cemitérios indígenas, casarões, das garrafas de grés, artefatos da seringa e heranças da borracha, da cruz milagrosa… esses “patrimônios culturais” são entendidos por Eliane enquanto desdobramentos do território praticado pelas pessoas do Mapuá. A análise alarga as perspectivas em relação à cultura material e processos de salvaguarda e patrimonialização, em uma importante ruptura com visões preservacionistas mais tradicionais. Em suas diferentes temporalidades, esse território praticado no Mapuá inclui também conflitos e negociações, histórias amazônicas de patrões e padrinhos, de movimentos e conflitos sociais, de Igreja e religião, e de interações entre povos e seres sobrenaturais da floresta. Seu relato sensível da vida e do cotidiano das comunidades do rio Mapuá, uma verdadeira imersão etnográfica, permite ao leitor a criação de empatia, de afeto e até mesmo de diálogo, com aquelas distantes – e próximas – comunidades marajoaras. Penso que esta obra será bem recebida pelos protagonistas da pesquisa de Eliane, visto o seu comprometimento e laços estabelecidos com aquelas pessoas. Será também uma válida contribuição tanto para acadêmicos como para leigos, que queiram adentrar o Marajó das Florestas e aprender com suas histórias e memórias. Helena Pinto Lima Doutora em Arqueologia, Universidade de São Paulo Pesquisadora titular do Museu Paraense Emílio Goeldi
ocupação e modos de vida entre rios e florestas marajoaras
Pelas águas do rio Mapuá, Eliane Costa nos convida a escavar histórias e memórias do Marajó das Florestas. Sua arqueologia, uma arqueologia das narrativas, se concentra naquilo que há de mais fantástico nesse imenso Marajó: as pessoas a e vida social comunitária, cujos sentidos criam relações únicas com o lugar. As histórias das comunidades, das vilas, cemitérios indígenas, casarões, das garrafas de grés, artefatos da seringa e heranças da borracha, da cruz milagrosa… esses “patrimônios culturais” são entendidos por Eliane enquanto desdobramentos do território praticado pelas pessoas do Mapuá. A análise alarga as perspectivas em relação à cultura material e processos de salvaguarda e patrimonialização, em uma importante ruptura com visões preservacionistas mais tradicionais. Em suas diferentes temporalidades, esse território praticado no Mapuá inclui também conflitos e negociações, histórias amazônicas de patrões e padrinhos, de movimentos e conflitos sociais, de Igreja e religião, e de interações entre povos e seres sobrenaturais da floresta. Seu relato sensível da vida e do cotidiano das comunidades do rio Mapuá, uma verdadeira imersão etnográfica, permite ao leitor a criação de empatia, de afeto e até mesmo de diálogo, com aquelas distantes – e próximas – comunidades marajoaras. Penso que esta obra será bem recebida pelos protagonistas da pesquisa de Eliane, visto o seu comprometimento e laços estabelecidos com aquelas pessoas. Será também uma válida contribuição tanto para acadêmicos como para leigos, que queiram adentrar o Marajó das Florestas e aprender com suas histórias e memórias. Helena Pinto Lima Doutora em Arqueologia, Universidade de São Paulo Pesquisadora titular do Museu Paraense Emílio Goeldi