Este livro tem tanto de gênio literário quanto de resistência ao Portugal fascista de 1971. Partindo do clássico Lettres Portugaises, as "três Marias" reclamam o direito à plenitude da existência política, econômica, social, cultural e sexual das mulheres. E fazem-no de uma forma, a todos os níveis, revolucionária. Subvertendo o conceito tradicional de autoria, as três amigas vão se escrevendo cartas, contos, ficções, poemas, ensaios, que compõem um todo dificilmente categorizável e extremamente inovador. Os textos enfrentam o gasto Império de cinco séculos, a exaurida guerra colonial com os seus horrores e mortos, a inefável Censura, a hipócrita subordinação dos cidadãos ao ideal salazarista de Deus, Pátria e Família, a violência sobre o corpo das mulheres e a sua submissão e secundarização na sociedade, no trabalho e no âmbito doméstico. Considerada pornográfica e atentatória à moral pública, a obra foi proibida e as autoras processadas. Neste tempo em que, um pouco por todo o mundo, nos tentam convencer de que é inevitável o lento morrer das instituições democráticas, em que tenebrosas forças reacionárias põem em perigo importantes conquistas civilizacionais, um tempo em que se vai instalando a ideia de que a literatura pouco ou nada pode contra a desesperança que vai minando a humanidade, conhecer ou regressar a Novas cartas portuguesas é uma experiência arrebatadora.
Maria Velho da Maria Isabel; Costa Maria Teresa; Barreno Horta
Número de páginas
352
Editora
TODAVIA
Idioma
PORTUGUÊS
ISBN
6556925713
Encadernação
Brochura
Edição
1
Ano de Edição
2024
Tiragem
0
Descrição
Este livro tem tanto de gênio literário quanto de resistência ao Portugal fascista de 1971. Partindo do clássico Lettres Portugaises, as "três Marias" reclamam o direito à plenitude da existência política, econômica, social, cultural e sexual das mulheres. E fazem-no de uma forma, a todos os níveis, revolucionária. Subvertendo o conceito tradicional de autoria, as três amigas vão se escrevendo cartas, contos, ficções, poemas, ensaios, que compõem um todo dificilmente categorizável e extremamente inovador. Os textos enfrentam o gasto Império de cinco séculos, a exaurida guerra colonial com os seus horrores e mortos, a inefável Censura, a hipócrita subordinação dos cidadãos ao ideal salazarista de Deus, Pátria e Família, a violência sobre o corpo das mulheres e a sua submissão e secundarização na sociedade, no trabalho e no âmbito doméstico. Considerada pornográfica e atentatória à moral pública, a obra foi proibida e as autoras processadas. Neste tempo em que, um pouco por todo o mundo, nos tentam convencer de que é inevitável o lento morrer das instituições democráticas, em que tenebrosas forças reacionárias põem em perigo importantes conquistas civilizacionais, um tempo em que se vai instalando a ideia de que a literatura pouco ou nada pode contra a desesperança que vai minando a humanidade, conhecer ou regressar a Novas cartas portuguesas é uma experiência arrebatadora.