Há mais de dois milênios o paraíso terrestre, o jardim plantado por Deus no Éden, constituiu para o mundo ocidental o paradigma de toda felicidade possível sobre a Terra. No entanto, desde o início, foi também o lugar de onde a natureza humana, decaída e corrompida, foi expulsa para sempre. De um lado, todos os sonhos revolucionários da humanidade podem ser vistos como uma tentativa incansável de voltar ao Éden, desafiando os guardiães que proibiram seu acesso; de outro, o Jardim persiste como um traumatismo original que condena ao fracasso toda busca da felicidade terrestre. Em ambos os casos, o paraíso é essencialmente um paraíso perdido e a natureza humana algo de radicalmente defeituoso. Através de Agostinho e Dante, Agamben tenta pensar o paraíso terrestre não como um passado perdido nem como um futuro por vir, mas como a figura ainda e sempre presente da natureza humana e da justa morada dos homens sobre a Terra.
Há mais de dois milênios o paraíso terrestre, o jardim plantado por Deus no Éden, constituiu para o mundo ocidental o paradigma de toda felicidade possível sobre a Terra. No entanto, desde o início, foi também o lugar de onde a natureza humana, decaída e corrompida, foi expulsa para sempre. De um lado, todos os sonhos revolucionários da humanidade podem ser vistos como uma tentativa incansável de voltar ao Éden, desafiando os guardiães que proibiram seu acesso; de outro, o Jardim persiste como um traumatismo original que condena ao fracasso toda busca da felicidade terrestre. Em ambos os casos, o paraíso é essencialmente um paraíso perdido e a natureza humana algo de radicalmente defeituoso. Através de Agostinho e Dante, Agamben tenta pensar o paraíso terrestre não como um passado perdido nem como um futuro por vir, mas como a figura ainda e sempre presente da natureza humana e da justa morada dos homens sobre a Terra.