Esta é a primeira edição brasileira integral de Ossos de sépia, obra capital de Eugenio Montale, Prêmio Nobel de 1975. Em Por que ler os clássicos, Calvino escreveu sobre o poeta: "Vou direto ao que interessa: numa época de palavras genéricas e abstratas, palavras boas para todos os usos, palavras que servem para não pensar e não dizer, uma peste da linguagem que transborda do público para o privado, Montale foi o poeta da exatidão, da escolha lexical motivada, da segurança terminológica visando capturar a unicidade da experiência. [...] Mas essa precisão para nos dizer o quê? Montale nos fala de um mundo turbilhonante, movido por um vento de destruição, sem um terreno sólido onde apoiar os pés, com o único recurso de uma moral individual à beira do abismo. É o mundo da Primeira e da Segunda Guerra Mundial; talvez também da Terceira".A poeta Dora Ferreira da Silva, que assina a orelha, observa: "Ossi di seppia não promete o desejado impossível, mas também não o silencia. E paradoxalmente o indica em silêncio: ''Não nos peças a fórmula que te possa abrir mundos,/ e sim alguma sílaba torcida e seca como um ramo./ Hoje apenas podemos dizer-te/ o que não somos, o que não queremos''".
Esta é a primeira edição brasileira integral de Ossos de sépia, obra capital de Eugenio Montale, Prêmio Nobel de 1975. Em Por que ler os clássicos, Calvino escreveu sobre o poeta: "Vou direto ao que interessa: numa época de palavras genéricas e abstratas, palavras boas para todos os usos, palavras que servem para não pensar e não dizer, uma peste da linguagem que transborda do público para o privado, Montale foi o poeta da exatidão, da escolha lexical motivada, da segurança terminológica visando capturar a unicidade da experiência. [...] Mas essa precisão para nos dizer o quê? Montale nos fala de um mundo turbilhonante, movido por um vento de destruição, sem um terreno sólido onde apoiar os pés, com o único recurso de uma moral individual à beira do abismo. É o mundo da Primeira e da Segunda Guerra Mundial; talvez também da Terceira".A poeta Dora Ferreira da Silva, que assina a orelha, observa: "Ossi di seppia não promete o desejado impossível, mas também não o silencia. E paradoxalmente o indica em silêncio: ''Não nos peças a fórmula que te possa abrir mundos,/ e sim alguma sílaba torcida e seca como um ramo./ Hoje apenas podemos dizer-te/ o que não somos, o que não queremos''".