"“Recentemente, Silvia havia dito uma coisa em tom elogioso, que deixou Rosa muito impressionada:
‘Você está ótima, então não pode nem engordar nem emagrecer. Tem que ficar exatamente assim.’
Tudo o que Rosa comia era observado pela mãe com olhar crítico. Ela também perguntava, frequentemente, se a filha havia ido à academia e quanto tempo havia ficado lá.
E, embora sua nutricionista explicasse que ela podia, sim, comer o que quisesse desde que não cometesse exageros, a ideia foi considerada ridícula por Silvia:
‘Beleza dói, querida. Sempre foi assim.’
Rosa e Violeta, duas irmãs em tudo diferentes uma da outra: Rosa, a primogênita, é insegura e vive em conflito com a mãe; já Violeta é madura para sua idade, quer ser dramaturga e não tem problemas com o próprio peso ou com o próprio corpo.
A única coisa que parece unir e pacificar a relação das duas é a presença do pai, um homem bem-sucedido e amoroso, que faz questão de proporcionar uma vida mais do que confortável para a esposa e as filhas.
Este delicado equilíbrio, já abalado desde a tumultuada entrada de Rosa na adolescência, se desfaz de todo com a morte súbita do único homem do núcleo familiar — e não demora para as tragédias se sucederem vertiginosamente.
Presa em uma espiral de desespero, Rosa conhece Almeida, delegado de polícia honesto com sua própria história de perda e luto. Podem duas dores somar-se de forma positiva?
Utilizando diversas vozes narrativas, idas e vindas no tempo e recursos característicos do gênero policial — ao qual presta homenagem —, Clara Corleone trata do poder humanizante da dor, da perda e do perdão. O machismo estrutural da sociedade brasileira e o peso das relações interpessoais — dois temas que lhe são caros — servem de pano de fundo para este romance, que deixará o leitor em suspenso até a última linha."
"“Recentemente, Silvia havia dito uma coisa em tom elogioso, que deixou Rosa muito impressionada:
‘Você está ótima, então não pode nem engordar nem emagrecer. Tem que ficar exatamente assim.’
Tudo o que Rosa comia era observado pela mãe com olhar crítico. Ela também perguntava, frequentemente, se a filha havia ido à academia e quanto tempo havia ficado lá.
E, embora sua nutricionista explicasse que ela podia, sim, comer o que quisesse desde que não cometesse exageros, a ideia foi considerada ridícula por Silvia:
‘Beleza dói, querida. Sempre foi assim.’
Rosa e Violeta, duas irmãs em tudo diferentes uma da outra: Rosa, a primogênita, é insegura e vive em conflito com a mãe; já Violeta é madura para sua idade, quer ser dramaturga e não tem problemas com o próprio peso ou com o próprio corpo.
A única coisa que parece unir e pacificar a relação das duas é a presença do pai, um homem bem-sucedido e amoroso, que faz questão de proporcionar uma vida mais do que confortável para a esposa e as filhas.
Este delicado equilíbrio, já abalado desde a tumultuada entrada de Rosa na adolescência, se desfaz de todo com a morte súbita do único homem do núcleo familiar — e não demora para as tragédias se sucederem vertiginosamente.
Presa em uma espiral de desespero, Rosa conhece Almeida, delegado de polícia honesto com sua própria história de perda e luto. Podem duas dores somar-se de forma positiva?
Utilizando diversas vozes narrativas, idas e vindas no tempo e recursos característicos do gênero policial — ao qual presta homenagem —, Clara Corleone trata do poder humanizante da dor, da perda e do perdão. O machismo estrutural da sociedade brasileira e o peso das relações interpessoais — dois temas que lhe são caros — servem de pano de fundo para este romance, que deixará o leitor em suspenso até a última linha."