É comum a criatura se voltar contra o criador. Aconteceu com Frankenstein e seu monstro, com Sid Vicious e os Sex Pistols. Quando a situação sai de controle, o embate é sempre épico.
Mas e quando a criatura é a própria definição do descontrole? Do desgoverno emocional, etílico e sexual? Um ser com nenhum respeito pelas noções mais básicas de civilidade, que só quer passar o dia inteiro na banheira, com um copo de vodca e alguns cinzeiros transbordantes?
Nesse caso, só restou ao criador matar a criatura. Todavia, não foi um crime fácil. Mais de dez anos após o tenebroso assassinato, Angeli, um dos principais nomes do quadrinho brasileiro, ainda é cobrado por fãs por ter, literalmente, apagado Rê Bordosa.
Para sorte dos leitores, a vida desta desbocada e exuberante criatura foi longa (mas nunca diga isso a ela). Surgida nas páginas da Folha de S.Paulo em 1984, Rê Bordosa extrapolou sua própria tira e tornou-se uma das mais conhecidas personagens da HQ nacional.
Dotada de um humor ácido e de um cinismo incontornável, Rê Bordosa viveu porres homéricos, ressacas épicas e amores tão duradouros quanto uma tira de jornal. Outros personagens de Angeli, como Bibelô, Meia Oito, Wood & Stock, passaram por sua vida (e sua cama). E ela acompanhou, alheia, as mudanças sociais e políticas dos anos 80 e 90.
Reunidas pela primeira vez num álbum de luxo, e restauradas digitalmente a partir dos originais do autor, as tiras desse Toda Rê Bordosa trazem de volta à vida a musa do quadrinho brasileiro. Quem conhece apenas o mito terá acesso a todas as tiras, histórias longas, rabiscos e ameaças tramadas por Angeli contra sua criatura. E quem nunca se esqueceu dela pode ir encostando no balcão. A casa é sua, como ela disse tantas vezes.
É comum a criatura se voltar contra o criador. Aconteceu com Frankenstein e seu monstro, com Sid Vicious e os Sex Pistols. Quando a situação sai de controle, o embate é sempre épico.
Mas e quando a criatura é a própria definição do descontrole? Do desgoverno emocional, etílico e sexual? Um ser com nenhum respeito pelas noções mais básicas de civilidade, que só quer passar o dia inteiro na banheira, com um copo de vodca e alguns cinzeiros transbordantes?
Nesse caso, só restou ao criador matar a criatura. Todavia, não foi um crime fácil. Mais de dez anos após o tenebroso assassinato, Angeli, um dos principais nomes do quadrinho brasileiro, ainda é cobrado por fãs por ter, literalmente, apagado Rê Bordosa.
Para sorte dos leitores, a vida desta desbocada e exuberante criatura foi longa (mas nunca diga isso a ela). Surgida nas páginas da Folha de S.Paulo em 1984, Rê Bordosa extrapolou sua própria tira e tornou-se uma das mais conhecidas personagens da HQ nacional.
Dotada de um humor ácido e de um cinismo incontornável, Rê Bordosa viveu porres homéricos, ressacas épicas e amores tão duradouros quanto uma tira de jornal. Outros personagens de Angeli, como Bibelô, Meia Oito, Wood & Stock, passaram por sua vida (e sua cama). E ela acompanhou, alheia, as mudanças sociais e políticas dos anos 80 e 90.
Reunidas pela primeira vez num álbum de luxo, e restauradas digitalmente a partir dos originais do autor, as tiras desse Toda Rê Bordosa trazem de volta à vida a musa do quadrinho brasileiro. Quem conhece apenas o mito terá acesso a todas as tiras, histórias longas, rabiscos e ameaças tramadas por Angeli contra sua criatura. E quem nunca se esqueceu dela pode ir encostando no balcão. A casa é sua, como ela disse tantas vezes.