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Bipolaridade: Transtorno Bipolar

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Entre-lugares em tradução

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Tutano

R$ 40,00
O bom de ter em mãos um livro de uma poeta que não teve pressa, que se debruçou com devoção ao seu fazer poético antes de lançá-lo ao mundo, é se deparar com um trabalho que vem com a força daquilo que urge, é ter em mãos um livro maduro e impactante. Tutano é um livro de estreia de uma poeta veterana, resultado de anos de um mergulho profundo em um universo poético que vai de Rimbaud a William Carlos Williams, de Sylvia Plath a Ana Cristina Cesar, e de onde, como uma exumadora, Ana Marta Cattani recolhe material para a construção de um universo próprio, muitas vezes devorando e recriando o objeto de adoração: “eu te faria mil oferendas/ e depois comeria a tua caveira/ como se fosse de chocolate”. É também um livro de estreia de uma mulher versada na vida e nos costumes do que lhe foi ensinado e imposto, e que diante da passagem do tempo se desdobra e proclama: “agora posso gritar/ do alto dos meus chinelos:/ soy mayor”. Uma mulher que, ao alcançar o meio do caminho, para e reflete sobre a paisagem que ficou para trás e a que tem pela frente, que com lucidez e coragem olha para os dois extremos da vida: a primeira respiração e a última memória. É desse lugar, de quem construiu minuciosamente seu universo poético, que Ana Marta, com uma escrita ácida e perspicaz, devolve à mulher o que lhe foi negado. À primeira vista pode parecer o contrário, corre-se o risco de confundir desejo com submissão: “queria arruinar-me a teus pés”. Porém, ao avançarmos no texto, encontramos a urgência de devolver ao homem o que é do homem, “em algum momento será preciso expulsar todos os sapos, grandes, médios e pequenos”, acompanhamos o desejo de devorar a carne, “um homem esquartejado/ que possa ser deglutido em avos”, até alcançarmos a subversão total de papéis: aqui é o homem que ocupa o lugar de objeto à disposição dos desejos da mulher, “um homem em decúbito dorsal ao meu lado/ um homem para enfiar minha mão/ entre suas costelas”. Então, a mulher passa a ocupar um lugar que não se equipara ao do homem: não se trata de uma inversão de papéis, mas de um lugar onde pode, enfim, exercer seus dons e poderes, e que só é possível ser alcançado devorando o homem — até os ossos. Tatiana Eskenazi Ana Marta Cattani (São Paulo, SP) é escritora, advogada e mestre em Direito Civil. Pós-graduada pela Formação de Escritores do Instituto Vera Cruz, tem poemas publicados na plaquete coletiva Orquídeas: como cultivar – poemas pela democracia e na coletânea Prêmio Off Flip de Literatura (Selo Off Flip, 2020). Selecionada para a residência literária Kaaysá Art Residency/Tomar Corpo (2019), integra a antologia resultante desta residência: Corpo de Terra (Quelônio, 2021). Em 2020, fundou A Capivara, instituto dedicado às artes da palavra. Tutano é seu livro de estreia. FICHA TÉCNICA Gênero Poesia Páginas 74 Formato 130 x 200 mm ISBN 978-65-86042-79-5
Disponibilidade: Fora de estoque
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9786586042795
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Seller Admin
Autores Achille Mbembe
Número de páginas 74
Editora LARANJA ORIGINAL
Idioma PORTUGUÊS
ISBN 6586042798
Encadernação Brochura com Sobrecapa
Edição 1
Ano de Edição 2023
Tiragem 0
Descrição O bom de ter em mãos um livro de uma poeta que não teve pressa, que se debruçou com devoção ao seu fazer poético antes de lançá-lo ao mundo, é se deparar com um trabalho que vem com a força daquilo que urge, é ter em mãos um livro maduro e impactante. Tutano é um livro de estreia de uma poeta veterana, resultado de anos de um mergulho profundo em um universo poético que vai de Rimbaud a William Carlos Williams, de Sylvia Plath a Ana Cristina Cesar, e de onde, como uma exumadora, Ana Marta Cattani recolhe material para a construção de um universo próprio, muitas vezes devorando e recriando o objeto de adoração: “eu te faria mil oferendas/ e depois comeria a tua caveira/ como se fosse de chocolate”. É também um livro de estreia de uma mulher versada na vida e nos costumes do que lhe foi ensinado e imposto, e que diante da passagem do tempo se desdobra e proclama: “agora posso gritar/ do alto dos meus chinelos:/ soy mayor”. Uma mulher que, ao alcançar o meio do caminho, para e reflete sobre a paisagem que ficou para trás e a que tem pela frente, que com lucidez e coragem olha para os dois extremos da vida: a primeira respiração e a última memória. É desse lugar, de quem construiu minuciosamente seu universo poético, que Ana Marta, com uma escrita ácida e perspicaz, devolve à mulher o que lhe foi negado. À primeira vista pode parecer o contrário, corre-se o risco de confundir desejo com submissão: “queria arruinar-me a teus pés”. Porém, ao avançarmos no texto, encontramos a urgência de devolver ao homem o que é do homem, “em algum momento será preciso expulsar todos os sapos, grandes, médios e pequenos”, acompanhamos o desejo de devorar a carne, “um homem esquartejado/ que possa ser deglutido em avos”, até alcançarmos a subversão total de papéis: aqui é o homem que ocupa o lugar de objeto à disposição dos desejos da mulher, “um homem em decúbito dorsal ao meu lado/ um homem para enfiar minha mão/ entre suas costelas”. Então, a mulher passa a ocupar um lugar que não se equipara ao do homem: não se trata de uma inversão de papéis, mas de um lugar onde pode, enfim, exercer seus dons e poderes, e que só é possível ser alcançado devorando o homem — até os ossos. Tatiana Eskenazi Ana Marta Cattani (São Paulo, SP) é escritora, advogada e mestre em Direito Civil. Pós-graduada pela Formação de Escritores do Instituto Vera Cruz, tem poemas publicados na plaquete coletiva Orquídeas: como cultivar – poemas pela democracia e na coletânea Prêmio Off Flip de Literatura (Selo Off Flip, 2020). Selecionada para a residência literária Kaaysá Art Residency/Tomar Corpo (2019), integra a antologia resultante desta residência: Corpo de Terra (Quelônio, 2021). Em 2020, fundou A Capivara, instituto dedicado às artes da palavra. Tutano é seu livro de estreia. FICHA TÉCNICA Gênero Poesia Páginas 74 Formato 130 x 200 mm ISBN 978-65-86042-79-5
Código de Barras 9786586042795

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