Este livro possui grande alcance para quem se interessa por relações internacionais e ciência política — seja estudante ou profissional —, ao revelar os caminhos percorridos pela nação russa, desde a sua formação no século IX até os presentes dias, culminando no controle exercido há duas décadas por Vladimir Putin, qual czar de todas as Rússias.
Com habilidade, o professor Luiz Fernando Mocelin Sperancete leva o leitor pelo fio condutor da tessitura histórica russa, com base na teoria política clássica e atual, para explicar de que maneira surgiu e se mantém a liderança exercida por Vladimir Putin no país mais extenso do mundo, a ex-superpotência que encerrou o século XX como grande perdedora da Guerra Fria e das lutas ideológicas.
Fincando sólidas raízes na clássica Teoria do Realismo, sobretudo de Hans Morgenthau (1904-1980), em que os Estados-Nação são o sujeito principal das relações internacionais e o poder de tais Estados é o seu campo de estudo, e valendo-se dos conceitos de virtù, fortuna e occasione formulados por Niccolò Machiavelli (1469-1527), o professor Mocelin mergulha na formação e desenvolvimento histórico-econômico da Rússia até a tomada do poder por Putin, deixando o leitor de posse de praticamente todos os elementos necessários à compreensão do perfil do ex-chefe da KGB no soerguimento e reinserção internacional da “Mamãe Rússia”.
Claro e coerente, este livro apresenta a história — incluindo o papel da Igreja Ortodoxa Russa — do sentimento patriótico que veio a se estender da Europa Oriental aos oceanos Ártico e Pacífico Norte, sentimento fortalecido durante o período revolucionário (1917-1991), que abrangeu múltiplas etnias, mas foi esfacelado pela desagregação da União Soviética. Ele permeia o renascimento liderado por Putin, que, com verdadeiro sentido de occasione, reinseriu o país no mundo, após a débâcle que se seguiu às gestões Gorbachev–Yeltsin. A fortuna sorriu ao ex-apparatchik, e sua virtù (atuação, desempenho — nenhuma relação com a noção cristã de virtude) levou-o a ocupar sem real interrupção o poder máximo da Rússia até hoje, devolvendo o país a um lugar condizente com sua extensão territorial, poderio militar e história secular. Mas atenção: fica longe daqui qualquer veleidade hagiográfica.
um ensaio sobre teoria política e história
Este livro possui grande alcance para quem se interessa por relações internacionais e ciência política — seja estudante ou profissional —, ao revelar os caminhos percorridos pela nação russa, desde a sua formação no século IX até os presentes dias, culminando no controle exercido há duas décadas por Vladimir Putin, qual czar de todas as Rússias.
Com habilidade, o professor Luiz Fernando Mocelin Sperancete leva o leitor pelo fio condutor da tessitura histórica russa, com base na teoria política clássica e atual, para explicar de que maneira surgiu e se mantém a liderança exercida por Vladimir Putin no país mais extenso do mundo, a ex-superpotência que encerrou o século XX como grande perdedora da Guerra Fria e das lutas ideológicas.
Fincando sólidas raízes na clássica Teoria do Realismo, sobretudo de Hans Morgenthau (1904-1980), em que os Estados-Nação são o sujeito principal das relações internacionais e o poder de tais Estados é o seu campo de estudo, e valendo-se dos conceitos de virtù, fortuna e occasione formulados por Niccolò Machiavelli (1469-1527), o professor Mocelin mergulha na formação e desenvolvimento histórico-econômico da Rússia até a tomada do poder por Putin, deixando o leitor de posse de praticamente todos os elementos necessários à compreensão do perfil do ex-chefe da KGB no soerguimento e reinserção internacional da “Mamãe Rússia”.
Claro e coerente, este livro apresenta a história — incluindo o papel da Igreja Ortodoxa Russa — do sentimento patriótico que veio a se estender da Europa Oriental aos oceanos Ártico e Pacífico Norte, sentimento fortalecido durante o período revolucionário (1917-1991), que abrangeu múltiplas etnias, mas foi esfacelado pela desagregação da União Soviética. Ele permeia o renascimento liderado por Putin, que, com verdadeiro sentido de occasione, reinseriu o país no mundo, após a débâcle que se seguiu às gestões Gorbachev–Yeltsin. A fortuna sorriu ao ex-apparatchik, e sua virtù (atuação, desempenho — nenhuma relação com a noção cristã de virtude) levou-o a ocupar sem real interrupção o poder máximo da Rússia até hoje, devolvendo o país a um lugar condizente com sua extensão territorial, poderio militar e história secular. Mas atenção: fica longe daqui qualquer veleidade hagiográfica.