Meus sapatos ainda carregam a poeira de Cusco

Este não é um relato de viagem como os que costumam ver por aí. Se querem dicas de picos descolados ou uma aventura com começo, meio e fim, vão precisar de uma bússola imune a solavancos. Mas calma. Estas páginas contam, sim, uma história. Ela só está, talvez por raro efeito das alturas, um tanto embaralhada. Para não ficarem totalmente ao sabor dos ventos da cordilheira, eis aqui, de lambuja, um mapinha dobrável: uma viagem de ônibus do Brasil ao Peru, em 2017, com tudo que traz ao jovem aventureiro: calafrios, doses cavalares da imensidão, amigos surgidos sabe-se lá de onde, gargalhadas, perrengues, epifanias, jornadas e noitadas inesquecíveis. Violão e futebol. E, tempos depois de tantos vislumbres, ele cai na real: a rotina de trabalho já sem tanto sentido, bem na hora em que... ops!... uma surpresa pega o recente casal no contrapé. Mas agora mãos à obra: quem vai montar a figura peça por peça é cada um de vocês. Passado e presente, delírios e boletos, as eternidades da juventude e o passar da vida, coisas que escapam ao controle. E alguém por acaso achou que era moleza?