O mito do nascimento do herói pertence às obras de maior sucesso de Otto Rank.
Na segunda edição, do ano de 1922, Otto Rank – na época ainda um colaborador muito próximo de Sigmund Freud – ampliou sua ideia de interpretar os mitos como sonhos coletivos, desenvolvida na primeira edição, de 1909.
Por meio de um rico material histórico – que vai de Sargon até Jesus –, ele compara os estereótipos de lendas de heróis e seus fundamentos psicológicos.
“Quase todos os povos civilizados importantes, como os babilônios, os egípcios, os israelitas, os hindus, os iranianos, os persas, os gregos, os romanos, os teutônicos, e outros, deixaram-nos tradições nas quais glorificam desde cedo seus heróis, reis e príncipes lendários, fundadores de religiões, dinastias, reinos e cidades, em suma, seus heróis nacionais, por meio de numerosos relatos poéticos e lendas. A história do nascimento e da juventude desses seres superiores surge especialmente investida de traços fantásticos, cuja semelhança assombrosa e mesmo a concordância parcial nos diferentes povos, separados por longas distâncias e inteiramente independentes uns dos outros, são conhecidas há muito tempo, sendo objeto de admiração de diversos pesquisadores.A questão sobre o fundamento de tais analogias tão amplamente difundidas por meio dos traços essenciais das narrativas míticas, os quais tornam-se ainda mais enigmáticos pela concordância de certos detalhes, e por sua aparição em quase todos os grupos míticos, tornou-se um dos problemas centrais da pesquisa sobre mitos (…) até hoje.”
Uma interpretação psicológica dos mitos
O mito do nascimento do herói pertence às obras de maior sucesso de Otto Rank.
Na segunda edição, do ano de 1922, Otto Rank – na época ainda um colaborador muito próximo de Sigmund Freud – ampliou sua ideia de interpretar os mitos como sonhos coletivos, desenvolvida na primeira edição, de 1909.
Por meio de um rico material histórico – que vai de Sargon até Jesus –, ele compara os estereótipos de lendas de heróis e seus fundamentos psicológicos.
“Quase todos os povos civilizados importantes, como os babilônios, os egípcios, os israelitas, os hindus, os iranianos, os persas, os gregos, os romanos, os teutônicos, e outros, deixaram-nos tradições nas quais glorificam desde cedo seus heróis, reis e príncipes lendários, fundadores de religiões, dinastias, reinos e cidades, em suma, seus heróis nacionais, por meio de numerosos relatos poéticos e lendas. A história do nascimento e da juventude desses seres superiores surge especialmente investida de traços fantásticos, cuja semelhança assombrosa e mesmo a concordância parcial nos diferentes povos, separados por longas distâncias e inteiramente independentes uns dos outros, são conhecidas há muito tempo, sendo objeto de admiração de diversos pesquisadores.A questão sobre o fundamento de tais analogias tão amplamente difundidas por meio dos traços essenciais das narrativas míticas, os quais tornam-se ainda mais enigmáticos pela concordância de certos detalhes, e por sua aparição em quase todos os grupos míticos, tornou-se um dos problemas centrais da pesquisa sobre mitos (…) até hoje.”