"1957-58 é o ano maravilhoso de Lacan, quando resolve fazer do Édipo freudiano uma metáfora, e do falo um significante – quando opõe na fala a demanda e o desejo, distinção bastante sofisticada e bastante simples ao mesmo tempo –, quando escreve seus grandes textos sobre a psicose, a significação do falo, a direção do tratamento, sem contar seu artigo sobre André Gide – quando constrói metodicamente as etapas de seu ''grafo do desejo'', ponto culminante do volume de seus Escritos. Vemos aqui avermelhar-se a bigorna de onde saíram, em meio a uma nuvem de fagulhas, os conceitos mais bem forjados, os mais operatórios, do maior dos freudianos. O neófito encontrará aqui como se iniciar na psicanálise num ritmo galopante: um diabo de homem o coloca na garupa e o carrega em uma cavalgada desenfreada em que se alternam os risos e os grafos. No início, são sete lições sobre o chiste, curiosas e sagazes, e seu conjunto preserva um clima de alegria, de gaio saber, até o final, quando se dá o estudo do tratamento de uma paciente obsessiva. Os amigos estão presentes: Lacan relata uma conversa com Jakobson, outra com Lévi-Strauss, uma história de Queneau, a frase de uma moça bem
educada; graceja delicadamente a respeito de Dolto, comenta a última brochura de Leiris, conta
O balcão de Genet. (...) Apostemos: publicado quarenta anos depois da realização do seminário,
este livro de um precursor será mais facilmente lido pelo público do novo século."
Jacques-Alain Miller
Desde 1973, Jacques-Alain Miller vem lançando os 26 volumes de O Seminário, referente aos seminários ministrados por Lacan em Paris, de 1953 a 1980 – indispensáveis para o conhecimento integral da revolucionária leitura empreendida por Lacan da obra de Freud. Acompanhando de perto os lançamentos na França, a Zahar publica mais essa grande contribuição para o campo psicanalítico no Brasil.
As formações do inconsciente
"1957-58 é o ano maravilhoso de Lacan, quando resolve fazer do Édipo freudiano uma metáfora, e do falo um significante – quando opõe na fala a demanda e o desejo, distinção bastante sofisticada e bastante simples ao mesmo tempo –, quando escreve seus grandes textos sobre a psicose, a significação do falo, a direção do tratamento, sem contar seu artigo sobre André Gide – quando constrói metodicamente as etapas de seu ''grafo do desejo'', ponto culminante do volume de seus Escritos. Vemos aqui avermelhar-se a bigorna de onde saíram, em meio a uma nuvem de fagulhas, os conceitos mais bem forjados, os mais operatórios, do maior dos freudianos. O neófito encontrará aqui como se iniciar na psicanálise num ritmo galopante: um diabo de homem o coloca na garupa e o carrega em uma cavalgada desenfreada em que se alternam os risos e os grafos. No início, são sete lições sobre o chiste, curiosas e sagazes, e seu conjunto preserva um clima de alegria, de gaio saber, até o final, quando se dá o estudo do tratamento de uma paciente obsessiva. Os amigos estão presentes: Lacan relata uma conversa com Jakobson, outra com Lévi-Strauss, uma história de Queneau, a frase de uma moça bem
educada; graceja delicadamente a respeito de Dolto, comenta a última brochura de Leiris, conta
O balcão de Genet. (...) Apostemos: publicado quarenta anos depois da realização do seminário,
este livro de um precursor será mais facilmente lido pelo público do novo século."
Jacques-Alain Miller
Desde 1973, Jacques-Alain Miller vem lançando os 26 volumes de O Seminário, referente aos seminários ministrados por Lacan em Paris, de 1953 a 1980 – indispensáveis para o conhecimento integral da revolucionária leitura empreendida por Lacan da obra de Freud. Acompanhando de perto os lançamentos na França, a Zahar publica mais essa grande contribuição para o campo psicanalítico no Brasil.