Sempre acompanhando as publicações de Lacan na França, a Zahar lança o livro 6 dos consagrados Seminários de Lacan: O desejo e sua interpretação. Sobre ele Jacques-Alain Miller diz:
"O que Lacan mostra? Que o desejo não é uma função biológica; que ele não é coordenado a um objeto natural; que seu objeto é fantasístico. Por conseguinte, o desejo é extravagante. ... Prega-nos peças, mas ao mesmo tempo, se não for reconhecido, fabrica sintoma. Numa análise, trata-se de interpretar, isto é, ler no sintoma a mensagem de desejo que ele encerra. ...Até pouco tempo, nossas bússolas, por mais diversas que fossem, apontavam, sem exceção, para o mesmo norte: o Pai. Acreditava-se que o patriarcado era uma invariante antropológica. Seu declínio se acelerou com a igualdade de condições, a intensificação do poder do capitalismo, o predomínio da técnica. Estamos em fase de saída da era do Pai.
Outro discurso está em vias de suplantar o antigo. A inovação no lugar da tradição. Em vez da hierarquia, a rede. O atrativo do futuro prevalece sobre o peso do passado. O feminino alcança o viril. ... O Édipo não é a solução única do desejo, é apenas sua forma normalizada; esta é patogênica; não esgota o destino do desejo. Daí o elogio da perversão que encerra o volume. Lacan lhe confere o valor de uma rebelião contra as identificações que asseguram a manutenção da rotina social. ... Estamos envolvidos. Lacan fala de nós."
Neste Seminário, sete lições tratam o desejo e da questão patriarcal a partir de Hamlet, de Shakespeare. O volume traz também um apêndice de autoria de Jacques-Alain Miller, em que ele comenta algumas referências culturais e bibliográficas feitas por Lacan ao longo do livro.
O desejo e sua interpretação
Sempre acompanhando as publicações de Lacan na França, a Zahar lança o livro 6 dos consagrados Seminários de Lacan: O desejo e sua interpretação. Sobre ele Jacques-Alain Miller diz:
"O que Lacan mostra? Que o desejo não é uma função biológica; que ele não é coordenado a um objeto natural; que seu objeto é fantasístico. Por conseguinte, o desejo é extravagante. ... Prega-nos peças, mas ao mesmo tempo, se não for reconhecido, fabrica sintoma. Numa análise, trata-se de interpretar, isto é, ler no sintoma a mensagem de desejo que ele encerra. ...Até pouco tempo, nossas bússolas, por mais diversas que fossem, apontavam, sem exceção, para o mesmo norte: o Pai. Acreditava-se que o patriarcado era uma invariante antropológica. Seu declínio se acelerou com a igualdade de condições, a intensificação do poder do capitalismo, o predomínio da técnica. Estamos em fase de saída da era do Pai.
Outro discurso está em vias de suplantar o antigo. A inovação no lugar da tradição. Em vez da hierarquia, a rede. O atrativo do futuro prevalece sobre o peso do passado. O feminino alcança o viril. ... O Édipo não é a solução única do desejo, é apenas sua forma normalizada; esta é patogênica; não esgota o destino do desejo. Daí o elogio da perversão que encerra o volume. Lacan lhe confere o valor de uma rebelião contra as identificações que asseguram a manutenção da rotina social. ... Estamos envolvidos. Lacan fala de nós."
Neste Seminário, sete lições tratam o desejo e da questão patriarcal a partir de Hamlet, de Shakespeare. O volume traz também um apêndice de autoria de Jacques-Alain Miller, em que ele comenta algumas referências culturais e bibliográficas feitas por Lacan ao longo do livro.